A Caixa Seguridade (CXSE3) anunciou, no dia 6 de maio de 2025, a distribuição de R$ 0,31 por ação em dividendos, com data de corte em 1º de agosto e pagamento agendado para 15 de agosto. A medida ocorre em meio a uma queda nas cotações da empresa, que já acumula desvalorização relevante desde maio, mas mantém fundamentos sólidos e desempenho acima da média de mercado no segmento de previdência privada.

A informação consta em comunicado oficial da companhia e nos dados consolidados divulgados no relatório de desempenho mensal de abril, publicado em 23 de junho.

Previdência privada impulsiona resultados da Caixa Seguridade

Segundo os dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e do relatório da companhia, a contribuição bruta mensal da previdência registrou crescimento de 6,8% em abril na comparação anual, enquanto o acumulado dos quatro primeiros meses de 2025 avançou 8,1%. O destaque foi a captação líquida, que disparou 27,8% no mês, totalizando R$ 1,5 bilhão.

Em contrapartida, o mercado sem a Caixa Seguridade teve desempenho negativo no período:

  • Contribuição bruta mensal: queda de 11,9%

  • Contribuição acumulada: queda de 10,1%

  • Coleta líquida acumulada: queda de 66,3%

As reservas técnicas da Caixa Seguridade cresceram 13%, confirmando sua resiliência em um cenário de juros altos, onde o segmento como um todo enfrenta retração.

Capitalização e sinistralidade: números consistentes

Na área de capitalização, a arrecadação mensal da Caixa Seguridade em abril foi de R$ 8,3 milhões, alta de 18,8%, e o acumulado de 2025 chegou a R$ 61,3 milhões, avanço de 11%. As provisões técnicas subiram 47,1%, alcançando R$ 2,7 bilhões.

A sinistralidade total no mês foi de 24,6%, em linha com os patamares históricos. Em abril, houve:

  • Queda de 4,9 p.p. no ramo habitacional

  • Alta de 6,9 p.p. no prestamista

  • Estabilidade no residencial e no ramo de vida

No acumulado de janeiro a abril, a sinistralidade da Caixa Seguridade subiu 2,1 pontos percentuais, mesmo avanço registrado pelo mercado concorrente.

Desempenho fraco no seguro prestamista pressiona receita total

Apesar do bom desempenho na previdência e na capitalização, o segmento de seguros registrou queda de 7,5% na receita de prêmios em abril, totalizando R$ 764,1 milhões. O principal fator foi o recuo de 45% nos seguros prestamistas, afetados pela alta da taxa Selic e a consequente queda na demanda por crédito.

No acumulado de 2025, o recuo no prestamista chega a 36,6%, contribuindo para uma queda geral de 3,6% nos prêmios totais emitidos. A empresa atribui o resultado ao impacto da Selic elevada sobre o custo do crédito comercial.

Indicadores fundamentalistas e projeções de dividendos

Com ações cotadas a R$ 14,24, a Caixa Seguridade apresenta um dividend yield de 8% com base nos últimos pagamentos e um P/L (Preço/Lucro) de 10,79, considerado atrativo dentro do segmento. O P/VP está em 2,04, refletindo a eficiência da operação com estrutura leve, viabilizada pelo uso da rede da Caixa Econômica Federal.

Projeções do canal Ativo Virtual estimam:

  • Lucro projetado para 2025: R$ 4,21 bilhões

  • Payout estimado: 90%

  • Dividendo por ação (DPA) estimado: R$ 1,26

  • Preço teto para yield de 8%: R$ 15,80

Reações do mercado e recomendações de analistas

Apesar da queda recente das ações, a Caixa Seguridade acumula alta de 20% no ano. O J.P. Morgan rebaixou a recomendação de “compra” para “neutra”, mantendo o preço-alvo em R$ 18.

Outras casas de análise se mostram mais otimistas:

  • BB-BI: preço-alvo elevado de R$ 17,50 para R$ 18

  • XP Investimentos: manteve recomendação de compra e elevou o preço-alvo para R$ 21, destacando a empresa como “máquina de dividendos” com perfil defensivo

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.