Mesmo após um 2024 marcado por prejuízo contábil, a Brava Energia (BRAV3) pode estar diante de uma reviravolta significativa. Uma análise recente comparou múltiplos de empresas semelhantes do setor e projetou um preço justo para as ações da companhia que pode variar entre R$ 36 e até R$ 95, dependendo do cenário.
A queda em 2024 e os desafios de integração
Em 2024, a Brava registrou prejuízo líquido, o que impede o uso tradicional do indicador Preço/Lucro (P/L) para análise. Segundo o analista que conduziu o estudo, o ano passado refletiu um momento de transição importante: a integração das operações de Enauta e 3R Petroleum, com paralisações temporárias em ativos como Papa-Terra e Atlanta, além da ausência de sinergias plenas em ativos como o Parque das Conchas.
Ou seja, os números negativos não refletem a real capacidade da companhia, mas sim um momento pontual de reorganização estratégica.
Projeções futuras: lucro por ação pode atingir R$ 5,94
A análise propôs uma projeção para os próximos anos com base em uma mini-DRE (demonstração de resultado estimada), estimando que, a partir de 2025, a Brava Energia possa alcançar um lucro por ação de R$ 5,94.
Com esse dado em mãos, foi possível aplicar uma metodologia comparativa: se BRAV3 fosse avaliada pelo mesmo múltiplo P/L que outras empresas do setor — como Petrobras, PetroRecôncavo, Prio ou até gigantes internacionais como Chevron e Occidental Petroleum —, o preço justo da ação variaria consideravelmente.
Veja os preços justos estimados com base em múltiplos comparativos:
Empresa Referência | P/L atual | Preço Justo Estimado da BRAV3 |
---|---|---|
Petrobras (PETR4) | 12x | R$ 71 |
PetroRecôncavo (RECV3) | 11x | R$ 65 |
Chevron (CVX) | 16x | R$ 95 |
Occidental Petroleum (OXY) | 17x | R$ 101 |
3R Petroleum (RRRP3) | 5x | R$ 29 |
Prio (PRIO3) | 4x | R$ 24 |
Enauta (ENAT3) | 6x | R$ 35 |
Apesar de o múltiplo da Chevron indicar um preço potencial próximo a R$ 95, o analista pondera que esse patamar seria difícil de atingir no curto prazo, devido ao nível de endividamento e aos projetos ainda em fase de maturação.
Expectativas até 2028: o verdadeiro ponto de virada?
Segundo estimativas não divulgadas diretamente no vídeo, uma casa de análise projetou que o P/L da Brava cairá nos próximos anos: 4,1 vezes em 2025, 3,3 vezes em 2026 e 2,8 vezes em 2027. A princípio, isso indicaria uma queda na atratividade da ação. Porém, o lucro por ação deve crescer no mesmo período, compensando a redução do múltiplo.
No cenário mais otimista, em 2028, a companhia poderia atingir um lucro por ação de R$ 12. Se o mercado atribuir um P/L modesto de 3x, BRAV3 poderia ser negociada a cerca de R$ 36, mesmo sem múltiplos altos. Se o mercado começar a pagar mais pelo lucro conforme a empresa entrega resultados consistentes, esse valor pode facilmente ultrapassar R$ 50.
BRAV3: valor ou dividendo?
Para o investidor, a questão-chave é entender o perfil da Brava Energia: ela será uma empresa voltada à valorização do capital (crescimento) ou à distribuição de dividendos?
Enquanto ainda enfrenta desafios operacionais e financeiros, BRAV3 apresenta um perfil híbrido. Em um cenário em que os projetos em desenvolvimento são bem-sucedidos, a empresa pode se transformar em um forte case de dividendos a partir de 2027 — com lucros mais estáveis e geração de caixa previsível.
Vale apostar em BRAV3 agora?
A precificação atual da ação está distante do valor projetado pelos modelos mais otimistas. Isso sugere uma assimetria atrativa para investidores que acreditam na execução dos planos estratégicos da companhia.
Porém, o analista deixa claro: o caminho ainda envolve riscos operacionais, alta alavancagem e necessidade de entrega constante de resultados. A valorização virá com o tempo — e com a confiança do mercado nos fundamentos da Brava.
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