O Brasil destacou-se no evento do G20, realizado em Foz do Iguaçu, ao apresentar sua nova estratégia de combate à pobreza energética com foco na inclusão social e na sustentabilidade. Dados da Agência Internacional de Energia (AIE) revelam que 2,3 bilhões de pessoas ao redor do mundo ainda não têm acesso a fontes de energia limpa, sendo dependentes de lenha, carvão e querosene para cozinhar. No Brasil, aproximadamente 14 milhões de cidadãos enfrentam essa realidade, o que impulsionou o governo a promover uma agenda voltada para soluções energéticas sustentáveis.
Durante o evento paralelo “Mulheres na Transição Energética,” líderes de quatro ministérios brasileiros discutiram a necessidade de ampliar o papel das mulheres na revolução energética. Cida Gonçalves, ministra da Mulher, destacou o impacto positivo do “Programa Luz para Todos,” que beneficiou especialmente mulheres, facilitando o acesso a eletrodomésticos como geladeiras e fogões elétricos. A ministra também defendeu a inclusão feminina em posições de liderança no setor energético: “Precisamos avançar para que as mulheres não só estejam na base, mas em posições de poder.”
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, endossou essa visão, enfatizando que a participação feminina no setor não é uma concessão, mas uma condição essencial para o sucesso da transição energética. “A desigualdade de gênero no setor energético precisa ser corrigida, e estamos comprometidos com isso,” afirmou Silveira.
Políticas brasileiras como modelo global
O governo brasileiro anunciou a criação da “Política Nacional de Promoção da Cozinha Limpa,” que visa garantir o acesso universal a tecnologias de cozinha sustentável e limpa, além de servir como exemplo para outras economias globais. A política, que será atualizada a cada dois anos, visa gradualmente substituir o uso de lenha e carvão vegetal em ambientes internos, promovendo a saúde pública e a preservação ambiental.
Além disso, o projeto “Cozinhas Solidárias Sustentáveis” será implementado em cidades como Brasília, Rio de Janeiro e Fortaleza, com a instalação de biodigestores e painéis solares para tornar as cozinhas autossustentáveis. A expectativa é que, até o final de 2025, cerca de 100 cozinhas sustentáveis estejam em operação no país. “Essa iniciativa vai garantir alimentos de qualidade e preservar o meio ambiente, utilizando resíduos orgânicos para gerar energia limpa,” explicou o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
A primeira-dama, Janja Lula da Silva, também ressaltou o impacto do projeto sobre a segurança energética de mulheres e meninas, reforçando a importância da educação ambiental para promover equidade de gênero.
O Brasil, na presidência do G20, reafirma seu compromisso com a transição energética justa e inclusiva, ao mesmo tempo em que se posiciona como um exemplo global na promoção de energias limpas e na luta contra a pobreza energética.
Quer saber tudo
o que está acontecendo?
Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.
Deixe o Seu Comentário