As ações do Banco do Brasil (BBAS3) seguem pressionadas no mercado financeiro, ampliando a tendência de queda observada desde o topo recente de R$ 29,90. Nesta semana, o papel chegou à faixa dos R$ 23,70, com possibilidade de buscar níveis ainda mais baixos, como R$ 22,40 ou até R$ 21,60 — patamar que remete aos fundos de julho de 2023.
Diante dessa movimentação, investidores atentos ao longo prazo e focados em dividendos começaram a realizar aportes táticos, principalmente em regiões consideradas estratégicas para a formação de preço médio mais vantajoso. No entanto, o cenário para a companhia em 2025 ainda inspira cautela.
Dois grandes riscos: inadimplência e custo do crédito
O Banco do Brasil enfrenta um duplo desafio: a elevação da inadimplência, principalmente no agronegócio e setor empresarial, e o aumento do custo de crédito. Com o encarecimento do crédito e o crescimento das provisões para perdas, a rentabilidade do banco tende a ser impactada negativamente.
Além disso, o banco sofre os reflexos da política fiscal do governo federal, que tem ampliado a carga tributária para compensar a queda nas receitas. A instabilidade tributária e a possibilidade de novas medidas afetam diretamente o desempenho das estatais e pressionam o valor de mercado da companhia.
IOF e arrecadação: governo pode recuar após pressão
Outro fator que elevou a incerteza sobre os papéis do BBAS3 foi o anúncio de um possível aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Após forte reação negativa, inclusive do Congresso, o governo deu sinais de que deve recuar e apresentar medidas alternativas para elevar a arrecadação em até 10 dias.
O clima eleitoral antecipado, com foco nas eleições de 2026, também tem dificultado a aprovação de medidas impopulares no Legislativo. Políticos evitam apoiar iniciativas que aumentem custos para a população, o que reduz a previsibilidade da política fiscal.
Petróleo pode ajudar nas contas públicas
Como alternativa, o governo federal anunciou um projeto para acelerar os leilões de petróleo, incluindo iniciativas para destravar a Margem Equatorial, uma das maiores promessas de arrecadação futura. A expectativa é que o Ministério de Minas e Energia defina os preços mínimos dos leilões, permitindo uma entrada mais robusta de capital privado no setor.
Essa medida pode aliviar as contas públicas e reduzir a necessidade de novas taxações, o que, indiretamente, favoreceria as estatais como o Banco do Brasil. No entanto, os efeitos ainda são incertos e dependem da agilidade do governo em viabilizar os projetos.
Estratégia de aportes: onde estão os suportes no gráfico?
Do ponto de vista técnico, os investidores identificam pontos de suporte em R$ 23,70, R$ 22,40 e R$ 21,60. Caso a tendência de baixa continue, o papel pode buscar o fundo de R$ 20 registrado em meados de 2023.
Para quem investe com foco em dividendos e longo prazo, essas quedas podem representar boas oportunidades de entrada, desde que o cenário seja acompanhado de perto e com disciplina. Apesar do valuation atrativo, o risco ainda é elevado.
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