O fundo imobiliário ALZR11 anunciou a incorporação de R$ 81 milhões em caixa após a dissolução da Sociedade de Propósito Específico (SPE) responsável pelo imóvel locado ao Mercado Livre. A operação foi efetivada em junho de 2025 e elevou a liquidez total do fundo para R$ 259 milhões, ou cerca de 20% do seu patrimônio líquido.

Com isso, o fundo amplia sua cobertura de despesas operacionais e financeiras para mais de cinco anos, reduzindo riscos em um cenário de Selic a 15% e incertezas econômicas e políticas no Brasil.

Caixa robusto e menor risco operacional

Antes da incorporação, os R$ 81 milhões da SPE estavam fora do balanço do ALZR11. Após a dissolução formal da entidade, o valor passou a integrar oficialmente o caixa do fundo. A liquidez saltou de R$ 185 milhões para R$ 259 milhões, garantindo mais segurança para cobrir obrigações futuras, inclusive pagamentos de rendimentos.

Segundo a gestora, o fundo operava com folga de dois anos de caixa. Com a nova estrutura, a autonomia financeira alcança cinco anos, permitindo à gestão atuar de forma mais estratégica sem depender de vendas forçadas de ativos.

Desdobramento e expansão da base de cotistas

O ALZR11 passou por desdobramento de cotas recentemente, o que aumentou significativamente a base de investidores. O fundo ganhou aproximadamente 7 mil cotistas no mês, um crescimento de quase 5%, e passou a ser negociado a cerca de R$ 101 por cota após o ajuste.

Esse movimento ampliou a liquidez no mercado secundário e facilitou o acesso de novos investidores, fortalecendo a base de sustentação do fundo.

Rendimentos, guidance e reservas

Em junho, o ALZR11 distribuiu R$ 0,082 por cota, dentro da faixa projetada (guidance) de R$ 0,079 a R$ 0,081 para o primeiro semestre. A política de distribuição foi mantida com estabilidade, mesmo diante do cenário macroeconômico adverso.

A reserva acumulada gira em torno de R$ 0,02 por cota, proporcionando margem de segurança adicional para a continuidade dos proventos.

Alavancagem e gestão prudente

Com 23 imóveis no portfólio e contratos majoritariamente atípicos, o fundo mantém diversificação setorial e geográfica. A alavancagem subiu nos últimos meses, atingindo a faixa dos 30%, mas o elevado volume de caixa mitiga o risco associado à dívida.

A gestão também já adaptou o regulamento do fundo às novas diretrizes da CVM 175, reforçando a conformidade regulatória.

Contratos e pontos de atenção

Entre os contratos relevantes, destaca-se o da empresa Atento, com vencimento previsto para 2026. A gestora busca alternativas, como venda do imóvel ou renovação contratual, para evitar vacância em um ativo com impacto relevante no portfólio.

Nos próximos três meses, cerca de 40% da receita contratual será reajustada, o que pode contribuir para a manutenção ou até elevação dos rendimentos distribuídos.

Fluxo de caixa e amortizações

Com os novos recursos em caixa, o ALZR11 poderá lidar com compromissos como amortizações de CRIs (R$ 17 milhões), recebíveis de vendas (R$ 19 milhões) e pagamentos de aquisições futuras. A projeção consolidada do fluxo de caixa indica saldo líquido confortável.

O horizonte de vencimentos foi dilatado: anteriormente com folga de dois anos, agora cobre o período até após 2030, mesmo considerando despesas operacionais e obrigações contratuais.

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.