quinta-feira, 21 novembro / 2024

Enquanto a União Europeia (UE) se aproxima de uma decisão crucial nesta sexta-feira sobre a imposição oficial de tarifas sobre veículos elétricos (VEs) importados da China, a Alemanha, a maior economia da Europa, permanece indecisa. A decisão pendente, que segue a implementação de tarifas provisórias de até 36% sobre VEs chineses, além do imposto de importação regular de 10%, colocou a Alemanha em uma posição delicada no cenário internacional.

Jorg Kukies, principal conselheiro econômico do chanceler alemão Olaf Scholz, hesitação de Berlim, destacando o temor de uma guerra comercial abrangente com a China, um cenário temido pelas suas principais montadas. A indústria automobilística alemã, fortemente integrada na cadeia de suprimentos global, vê um grande mercado em território chinês, reforçando a preocupação de que as tarifas podem ser mais deficientes do que proteger.

O argumento de Kukies ressalta a preferência alemã por uma solução negociada em detrimento da imposição de tarifas, buscando um equilíbrio entre a proteção da concorrência leal e as relações comerciais aplicáveis. “Uma solução negociada seria definitivamente preferível à imposição de tarifas, não importa quão calibradas elas sejam”, disse ele, sinalizando a busca por uma abordagem menos confrontativa.

Além disso, a ocorrência da China às tarifas provisórias já é palpável, com o país iniciando investigações antidumping sobre importações de conhaque e carne suína da UE, que afetam diretamente países como Espanha, França, Holanda e Dinamarca. A resposta chinesa ilustra o potencial escalonamento de medidas retaliatórias que podem afetar significativamente o comércio bilateral.

A Associação de Montadoras da Alemanha (VDA) também se pronunciou, argumentando que as tarifas não alcançarão o “objetivo declarado de garantir condições justas de concorrência e proteger a indústria nacional de práticas desleais”. Segundo a VDA, as medidas afetariam não apenas os fabricantes chineses, mas também as operações europeias e as suas joint ventures, sublinhando a complexidade do impacto das tarifas no setor automobilístico global.

Com a votação iminente, a posição final da Alemanha pode ser determinante para o futuro das relações comerciais entre a UE e a China, bem como para a estrutura do mercado emergente global de veículos elétricos.

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Thailane Oliveira é advogada formada pela USP e possui mais de 12 anos de experiência em políticas públicas e legislação de trânsito. Seus artigos explicam de forma clara as mudanças nas leis que afetam motoristas, ciclistas e usuários de transporte público.