Em um cenário de juros ainda elevados, incertezas macroeconômicas e oscilações no Ibovespa, investidores atentos buscam oportunidades que ofereçam bom retorno com risco controlado. Nesse contexto, ações fora do radar, mas com fundamentos sólidos, ganham espaço como apostas promissoras para o segundo semestre de 2025.

Análises recentes apontam cinco empresas listadas na B3 que estão baratas em relação aos seus lucros, pagam dividendos consistentes e operam em setores estratégicos da economia. São elas: Copasa (CSMG3), Caixa Seguridade (CXSE3), Vibra Energia (VBBR3), Fleury (FLRY3) e Wiz Co (WIZC3).

O estudo leva em conta múltiplos de valuation, como Preço/Lucro (P/L), Dividend Yield médio, ROE e rentabilidade recente, para identificar ações com potencial de valorização e geração de renda passiva.

Panorama comparativo: fundamentos das ações destacadas

A tabela abaixo resume os principais indicadores fundamentalistas das cinco empresas analisadas:

AçãoPreço/Lucro (P/L)Dividend Yield (%)ROE (%)Rentabilidade 12M (%)
Copasa6,68,091730
Caixa Seguridade11,06,942811
Vibra Energia3,75,85302
Wiz Co3,76,502625
Fleury11,74,3411,5-3

O gráfico a seguir mostra a relação entre Preço/Lucro (eixo X) e Dividend Yield (eixo Y). O tamanho das bolhas representa o ROE (retorno sobre patrimônio) e a cor indica a rentabilidade acumulada em 12 meses — quanto mais quente a cor, maior a valorização da ação no período.

Análise individual das empresas

Copasa (CSMG3): rentabilidade e dividendos consistentes

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais alia valuation atrativo (P/L de 6,6) a um dos maiores dividend yields da lista (8,09%). Atua em um setor essencial e com potencial de expansão via concessões públicas. Além disso, só possui ações ordinárias, o que garante alinhamento entre controlador e minoritários.

Com ROE de 17% e valorização de 30% em 12 meses, a ação combina previsibilidade, segurança regulatória e crescimento potencial, sendo a mais equilibrada entre retorno e risco.

Caixa Seguridade (CXSE3): estabilidade em qualquer cenário

Com um modelo de negócios baseado na distribuição de seguros, consórcios e produtos financeiros, a empresa se destaca pela resiliência em diferentes ciclos econômicos. O P/L está em 11 vezes e o ROE atinge 28%, um dos mais altos da B3.

Mesmo após o fim da exclusividade com a Caixa Econômica, a companhia diversificou parcerias com outras instituições financeiras e mantém distribuição regular de dividendos (6,94% nos últimos anos).

Vibra Energia (VBBR3): lucratividade elevada a preço descontado

Resultado da privatização da antiga BR Distribuidora, a empresa atua na distribuição de combustíveis e avança no segmento de energia renovável. Com P/L de apenas 3,7 e ROE de 30%, representa uma das ações mais baratas da Bolsa em relação ao lucro.

Apesar da valorização modesta em 2025 (2%), a expectativa de crescimento da geração e comercialização de energia posiciona a Vibra como opção de alto earnings yield e assimetria favorável de preço.

Wiz Co (WIZC3): crescimento fora do radar com margens elevadas

A empresa do setor de seguros e serviços financeiros possui P/L baixo (3,7), dividend yield elevado (6,5%) e um ROE competitivo de 26%. Após encerrar o contrato de exclusividade com a Caixa, ampliou sua atuação e aumentou a diversificação de receitas.

Com 25% de valorização nos últimos 12 meses, a ação surpreende positivamente e pode continuar entregando resultado acima da média em um portfólio focado em renda.

Fleury (FLRY3): saúde com potencial de recuperação

Com P/L de 11,7 e dividend yield de 4,34%, a Fleury passa por um momento de reestruturação após a fusão com o grupo Hermes Pardini. A expectativa é de desalavancagem operacional e aumento na distribuição de lucros no ciclo de queda da Selic.

Mesmo sendo a única da lista com rentabilidade negativa em 12 meses (-3%), a empresa apresenta fundamentos sólidos no setor de medicina diagnóstica, além de posicionamento estratégico para os próximos anos.

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.