quinta-feira, 21 novembro / 2024

O crescimento econômico acelerado da Índia tem impulsionado uma maior demanda por energia, colocando o país diante de um dilema entre a dependência do carvão e a necessidade de avanço com a transição energética. Embora a Índia tenha metas ambiciosas de expansão das energias renováveis, o carvão ainda responde por quase metade da matriz energética do país.

De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o PIB indiano cresceu 6,7% no último ano, acompanhando um aumento de 7% nas emissões de CO2, que atingiram 2,8 gigatoneladas. A meta do governo é reduzir essa dependência do carvão, que atualmente detém 49% da capacidade energética instalada. No entanto, o país planeja adicionar mais 80 gigawatts (GW) de capacidade de carvão até 2032, consolidando sua participação no setor energético.

Segundo o diretor da estatal Coal India, Debasish Nanda, a energia a carvão deve continuar representando 60% da geração térmica da Índia até 2030, e cerca de 50% até 2040. Isso reforça a importância do carvão na segurança energética do país, enquanto o o gás natural, o diesel e a nafta ainda têm um papel limitado.

Apesar dos compromissos firmados em conferências climáticas, como a COP 28, para reduzir o uso do carvão, a Índia enfrenta desafios internos para acelerar a transição para energias limpas. Estados como Karnataka e Gujarat lideram a integração de energias renováveis, mas outros estados ainda enfrentam dificuldades em seguir o mesmo ritmo. A falta de implementação eficaz e a transparência insuficiente nas políticas energéticas, tanto em nível nacional quanto estadual.

A principal produtora de energia da Índia, a NTPC, traçou metas ambiciosas de diversificação para incluir energias renováveis ​​e nucleares até 2032, buscando adicionar 60 GW de capacidade renovável e 10 GW de energia nuclear. Entretanto, o financiamento necessário para essa transição ainda é uma grande entrada. A Índia estima precisar de até US$ 80 bilhões por ano para financiar sua revolução energética verde, e já fez um apelo à ONU por mais apoio financeiro aos países em desenvolvimento.

O futuro da transição energética da Índia depende de como o país conseguirá equilibrar sua necessidade de segurança energética com a urgência de reduzir as emissões e expandir sua matriz de fontes limpas, enfrentar os desafios financeiros e de implementação que limitam seu progresso.

Deixe o Seu Comentário

Quer saber tudo
o que está acontecendo?

Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.

ENTRAR NO GRUPO

Compartilhar.

Thailane Oliveira é advogada formada pela USP e possui mais de 12 anos de experiência em políticas públicas e legislação de trânsito. Seus artigos explicam de forma clara as mudanças nas leis que afetam motoristas, ciclistas e usuários de transporte público.