quinta-feira, 20 novembro / 2025

Um estudo detalhado conduzido por especialistas em renda fixa apresentou aquela que pode ser a carteira mais lucrativa para 2026, revelando um comportamento impressionante — e muitas vezes contraintuitivo — dos títulos pós-fixados, prefixados e indexados ao IPCA em diferentes cenários de inflação e Selic.

A análise inclui nove cenários possíveis, que vão desde o “pessimista extremo” até o chamado “cenário praia”, em que a economia brasileira atingiria uma estabilidade raramente vista. Os dados mostram que, dependendo do tipo de título e do cenário, o investidor pode multiplicar seu patrimônio por até cinco vezes em apenas três anos.

A seguir, a reportagem destrincha cada classe de ativo e apresenta as simulações completas.

Os 9 cenários possíveis para a economia até 2026

A carteira é construída a partir de dois pilares fundamentais:

  • Inflação

  • Selic / CDI

Essas duas variáveis impactam todo e qualquer investimento de renda fixa.

Tabela – Cenários projetados (2024–2026)

CenárioInflação média anualSelic/CDI médio
Péssimo9%17%
Muito ruim8%16%
Ruim7%14%
Igual6%12%
OK5%10%
Bom4%9%
Muito bom3,7%9%
Excelente3,5%8,5%
Praia (excepcional)3,3%8,83%

As 5 classes de renda fixa analisadas

A carteira usa cinco grupos principais:

  1. Pós-fixados (CDI/Selic)

  2. IPCA+ curto prazo

  3. IPCA+ longo prazo

  4. Prefixado curto prazo

  5. Prefixado longo prazo

Cada uma reage de forma diferente ao movimento da inflação e dos juros.

1. Pós-fixados: o “seguro” que surpreende

Apesar de considerados conservadores, os pós-fixados têm as maiores oscilações de retorno entre cenários extremos.

Simulação – Pós-fixados (3 anos)

CenárioRetorno total em 3 anos
Péssimo60%
Praia27%

A discrepância chega a mais que o dobro, mostrando que os pós-fixados rendem mais quando o Brasil vai mal — algo que muitos investidores esquecem.

2. IPCA+ curto prazo: o “equilíbrio perfeito”

Essa classe registra pouca oscilação entre cenários, oferecendo excelente proteção.

Simulação – IPCA+ Curto Prazo (3 anos)

Diferença de apenas 6% entre o melhor e o pior cenário.
Especialistas consideram essa classe “obrigatória” em qualquer carteira.

3. Prefixado curto prazo: bom para cenários positivos

Simulação – Prefixado Curto Prazo (3 anos)

Cenário péssimoCenário praia
35%71%

É um ativo para aproveitar ciclos de queda de juros.

4. Prefixado longo prazo: risco elevado, lucros elevados

Aqui começa a assimetria real.

Simulação – Prefixado Longo (3 anos)

Pior cenárioMelhor cenário
13%110%

Diferença de cerca de 100% entre extremos.

5. IPCA+ longo prazo: onde estão os maiores ganhos do mercado

O grande destaque do estudo são os títulos longos:

  • Tesouro IPCA+ 2050

  • Tesouro Renda+ 2065

Esses títulos podem entregar rentabilidades absurdamente diferentes a depender da trajetória da Selic e da inflação.

Tesouro IPCA+ 2050: assimetria a favor do investidor

Simulação – IPCA+ 2050 (3 anos)

CenárioRetorno
Pior cenário (inflação 9%, taxa subindo p/ IPCA+9)7,17%
Melhor cenário (taxa caindo p/ IPCA+3)183%

Mesmo no pior cenário, não há perda real de patrimônio — algo raríssimo.

Tesouro Renda+ 2065: potencial para multiplicar 4 a 5 vezes

O título mais polêmico do mercado aparece como o de maior assimetria.

Simulação – Renda+ 2065 (3 anos)

CenárioRetorno
Pior cenário (taxa sobe p/ IPCA+9)–23%
Cenário muito bom (IPCA+4)278%
Cenário praia (IPCA ainda menor)533%

A diferença entre o pior e o melhor cenário chega a 450%.

TABELA – Quanto R$ 100 mil podem virar (3 anos)

TítuloPior cenárioMelhor cenário
Pós-fixadoR$ 160.000R$ 127.000
IPCA+ curto prazoR$ 118.000R$ 124.000
Prefixado curtoR$ 135.000R$ 171.000
Prefixado longoR$ 113.000R$ 210.000
IPCA+ 2050R$ 107.000R$ 283.000
Renda+ 2065R$ 77.000R$ 533.000

A carteira perfeita para 2026 (simulação oficial)

A combinação inicial sugerida foi:

  • 20% pós-fixado

  • 20% IPCA+ 2050

  • 30% IPCA+ curto prazo

  • 20% prefixado curto

  • 10% prefixado longo

Retorno projetado (3 anos)

CenárioRetorno
Pior39%
Melhor87%

Mas quando o IPCA+ 2050 é substituído pelo Renda+ 2065, a assimetria explode:

CenárioRetorno
Pior33%
Melhor137%

Apenas essa troca adicionou 50 pontos percentuais no melhor cenário.

Por que isso importa para 2026

2026 será um ano explosivo nos mercados:

  • Eleição presidencial

  • Possível ciclo contínuo de queda da Selic

  • Volatilidade acima da média

  • Oportunidades raras em títulos indexados à inflação e em FIIs

Quem se posicionar errado pode perder dinheiro.
Quem se posicionar certo pode acelerar anos de rentabilidade em poucos meses.

A renda fixa nunca teve tanta assimetria

A simulação mostra que:

  • Títulos longos podem transformar patrimônios

  • IPCA curto prazo reduz risco total

  • Pós-fixados protegem no caos

  • Prefixados capturam ciclos de corte da Selic

A “carteira perfeita” depende do perfil, mas os números deixam claro:

2026 pode ser o melhor ano da renda fixa em mais de uma década.

Deixe o Seu Comentário

Quer saber tudo o que está acontecendo?

Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp. Entre em nosso grupo e fique bem informado.

ENTRAR NO GRUPO

Compartilhar.

Autoridade: Notícias, Mercado Financeiro, Ações Jornalista e gestor editorial com mais de 10 anos de experiência em comunicação digital e cobertura econômica. Fundador do portal, lidera a linha editorial e valida pautas estratégicas relacionadas a juros, inflação, dólar, balanços e movimentações corporativas. 📩 [email protected]