A Petrobras, estatal brasileira de petróleo e gás, está em busca de novas oportunidades na África Austral, especificamente na Namíbia, África do Sul e Angola. A empresa aguarda a decisão da Galp sobre uma oferta para adquirir uma participação no bloco Mopane, localizado na costa da Namíbia, enquanto continua a explorar outras áreas estratégicas no continente africano.
Exploração de novas reservas e semelhança com o pré-sal brasileiro
Essa iniciativa faz parte de uma estratégia de expansão internacional da Petrobras, que se tornou mundialmente conhecida pelo desenvolvimento de tecnologias de exploração em águas profundas, sobretudo no pré-sal brasileiro. Com características geológicas semelhantes ao pré-sal do Brasil, a costa africana se apresenta como uma região promissora para a empresa. Sylvia Maria Couto dos Anjos, Diretora Executiva de Exploração e Produção da Petrobras, destacou o potencial da região: “Estamos ampliando nossa produção, o que aumenta nossa necessidade de reservas. A África do Sul, Namíbia e Angola têm uma forte correlação geológica com o Brasil, o que nos deixa muito confortáveis para expandir nossas operações.”
Expertise em águas ultraprofundas como diferencial competitivo
A especialização da Petrobras na exploração de águas ultraprofundas coloca a empresa em uma posição de destaque para atuar em regiões inexploradas no sul africano. Em Angola, por exemplo, os principais depósitos de hidrocarbonetos estão situados em águas profundas offshore. Ricardo Van-Deste, CEO de Exploração e Produção da Sonangol, reconhece a importância dessa experiência: “Angola e Brasil compartilham expertise no desenvolvimento de reservatórios offshore, o que torna a presença da Petrobras fundamental para nós.”
Tecnologia para operações offshore na África do Sul
A tecnologia de águas profundas da Petrobras, desenvolvida ao longo dos anos nas Bacias de Campos e Santos, no Brasil, também pode ser um divisor de águas para as operações offshore na África do Sul. O país abriga descobertas importantes como Luiperd e Brulpadda, exploradas pela TotalEnergies. Neste mês, a Petrobras obteve aprovação para adquirir uma participação de 10% na Deep Water Orange Basin, localizada na costa oeste da África do Sul. Godfrey Moagi, CEO da South African National Petroleum Company (SANPC), acredita que a parceria pode trazer benefícios significativos: “São operações desafiadoras, mas com a experiência da Petrobras, essa parceria representa uma oportunidade valiosa para nós.”
Namíbia: novas fronteiras e grande potencial
Na Namíbia, a Petrobras está interessada em explorar oportunidades em áreas com grande potencial de crescimento. Estima-se que o país possua cerca de 100 bilhões de barris de óleo equivalente em recursos não arriscados, sendo que a Deep Water Orange Basin, sozinha, responde por 30 bilhões desses barris. Marcio Rocha Mello, CEO da Namibia Energy Corporation, enxerga a presença da Petrobras como um passo importante para concretizar os negócios na região: “A Namíbia oferece um potencial imenso, e estamos comprometidos em avançar nessas oportunidades.”
Parceria para criação de centro de excelência na Namíbia
Além das operações de exploração, a Petrobras e seus parceiros africanos estão avaliando a criação de um centro de excelência na Namíbia, com o objetivo de aprimorar as habilidades técnicas e a análise de dados para melhor compreender as bacias petrolíferas locais e reduzir os riscos em futuras explorações. Maggy Shino, Comissária de Petróleo do Ministério de Minas e Energia da Namíbia, ressaltou a importância da diversificação de investidores para explorar o potencial da região: “Temos blocos maiores que alguns países africanos. Um centro de excelência na Namíbia nos permitiria replicar o sucesso da Orange Basin e explorar as oportunidades das bacias de Walvis e Lüderitz.”
Compromisso com o desenvolvimento do continente africano
Com essa expansão, a Petrobras reafirma seu papel de liderança tecnológica em exploração de águas profundas e busca consolidar sua presença na África Austral, colaborando com parceiros locais para desenvolver áreas promissoras e pouco exploradas no setor de petróleo e gás.
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