quinta-feira, 21 novembro / 2024

A decisão recente da OPEP+ de adiar a flexibilização dos cortes de produção planejada para dezembro de 2024 destaca as tensões no mercado de energia. Em resposta ao aumento da produção das gigantes americanas e europeias, a OPEP+ transferiu a data de relaxamento dos cortes para janeiro de 2025, uma decisão que visa equilibrar a oferta global e estabilizar os preços.

Aumento Recorde de Produção pelas Supermajors Americanas

Com ExxonMobil, Chevron, Shell, BP e TotalEnergies relatando crescimentos significativos em suas produções, a produção global de petróleo atinge níveis sem precedentes. As supermajors americanas, como Exxon e Chevron, registraram recordes de produção no terceiro trimestre de 2024. A Exxon, por exemplo, atingiu seu maior volume de líquidos em 40 anos, somando 4,6 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia, enquanto a Chevron alcançou um novo recorde trimestral nos EUA, em parte devido à aquisição da PDC Energy.

Estratégias para Produção de Menor Custo e Emissão

As grandes petrolíferas estão priorizando ativos de menor custo e com menores emissões, além de avanços tecnológicos que maximizam os lucros por barril. ExxonMobil e Chevron, por exemplo, implementaram práticas que dobraram seus lucros unitários por barril, ajudando a sustentar margens de lucro, mesmo com as oscilações dos preços globais.

A Tensão com a OPEP+ e os Impactos para o Futuro do Mercado

Com uma oferta de petróleo mais elevada vinda de países não membros da OPEP, como Estados Unidos e Guiana, a aliança enfrenta dificuldades para estabilizar os preços. A decisão de postergar o aumento da oferta para janeiro de 2025 se deve, em parte, à menor demanda global do que o previsto pela OPEP no início do ano. Essa mudança de cenário ressalta a importância da aliança em se adaptar a uma produção crescente fora de seu controle.

Big Oil: A Retomada ao Core Business de Petróleo e Gás

As supermajors europeias também registraram aumentos na produção. Shell, BP e TotalEnergies revisaram suas metas de energia renovável, retornando o foco para o petróleo e o gás como negócio principal, ainda que com eficiência e sustentabilidade. Executivos dessas empresas afirmam que as estratégias de produção atualizadas permitirão ganhos mais sólidos, com avanços de eficiência que promovem um crescimento mais sustentável.

OPEP+ e a Influência da Produção Americana: Perspectivas para 2025

Para o próximo ano, a OPEP+ continuará ajustando suas políticas de corte conforme as condições do mercado. Analistas observam que a produção das supermajors pode trazer desafios para a estabilidade dos preços, enquanto a aliança busca manter o controle do mercado sem ceder às pressões de uma oferta crescente de fontes externas.

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André Carvalho é o fundador de O Petróleo e um jornalista com mais de 15 anos de experiência em economia e transporte. Formado pela UFRJ, André se destaca por análises profundas e acessíveis sobre o impacto das políticas econômicas e de mobilidade no dia a dia das pessoas.