O Nordeste do Brasil deu um importante passo para reforçar sua capacidade de transmissão de energia renovável para o restante do país. A Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou a ativação de três novas linhas de transmissão e uma subestação de energia, ampliando em 12% o volume de energia enviado para o Sudeste e Centro-Oeste. Com essa medida, a capacidade de exportação da região subiu de 11.600 megawatts (MW) para 13.000 MW.
Esses novos ativos vêm para restaurar os níveis de geração de energia eólica e solar, que sofreram uma forte queda após o apagão ocorrido em agosto de 2023, que afetou 25 estados e o Distrito Federal. Na época, falhas em equipamentos limitaram a capacidade de transmissão do Nordeste, uma região rica em fontes renováveis.
A nova subestação de Pacatuba, aliada às linhas de transmissão Pecém-II – Pacatuba C, Fortaleza II – Pacatuba C e Pacatuba – Jaguaruana II, ajudará a reduzir as restrições que vinham sendo impostas desde o apagão. Essas restrições são conhecidas no setor elétrico como “curtailment,” ou seja, limitações na produção de energia para não sobrecarregar o sistema.
Apesar do avanço, o diretor-geral do ONS, Marcio Rea, alertou que os cortes de geração de energia renovável não serão completamente eliminados com a ativação dessas linhas. “É impossível eliminar os cortes totalmente”, afirmou Rea, destacando que novos projetos de energia eólica e solar continuam a ser implementados na região.
A capacidade de exportação do Nordeste para o Norte também foi ampliada, de 4.800 MW para 6.000 MW, e deve crescer ainda mais com a entrada em operação da linha de transmissão Olindina-Sapeuçu, prevista para o final deste mês. Essa nova linha elevará a capacidade de transmissão para o Sudeste e Centro-Oeste para 13.800 MW.
Além disso, o ONS, em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estuda a antecipação do leilão de baterias para armazenamento de energia, inicialmente previsto para 2028-2029. As baterias são vistas como uma solução para armazenar energia eólica e solar, permitindo uma maior flexibilidade no gerenciamento da demanda, especialmente nos horários de pico, entre 17h e 20h, quando a geração de energia solar cai e a demanda por energia elétrica aumenta.
A regulamentação do uso de baterias ainda está em fase de discussão com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Segundo Rea, um projeto de armazenamento de energia poderia estar em operação dentro de um ano após o leilão, caso as regras sejam estabelecidas em breve.
O uso de baterias no setor elétrico é visto como uma alternativa para evitar os cortes na geração de energia renovável, proporcionando maior estabilidade e segurança ao sistema elétrico brasileiro.
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