O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deu um importante passo em direção à transição energética de suas cooperativas. João Pedro Stedile, uma das principais lideranças do movimento, esteve na China para firmar parcerias com empresas que dominam a tecnologia de Energia Solar Concentrada (ESC). O objetivo é aplicar essa inovação em assentamentos rurais do Brasil, que enfrentam desafios com o uso de fontes energéticas tradicionais e de alto custo, como a lenha e a eletricidade.
Atualmente, o MST administra 185 cooperativas e quase 2 mil associações que controlam 120 pequenas e médias agroindústrias. Essas instalações necessitam de vapor e água quente para o processamento de alimentos, o que hoje é feito, em grande parte, com o uso de caldeiras a lenha. Segundo Stedile, as opções elétricas são muito caras, agravadas pela privatização das hidrelétricas no Brasil, como a Eletrobras.
Na China, Stedile visitou a Beijing Zhaoyang Solar Thermal Technology, empresa que desenvolveu um sistema de ESC com tecnologia fresnel, onde espelhos concentram a luz solar em um tubo absorvedor, gerando calor para movimentar turbinas e produzir eletricidade. Esse sistema, já patenteado com mais de 40 inovações, pode ser uma alternativa viável para as agroindústrias do MST no Brasil.
O vice-diretor da Beijing Zhaoyang, Ruan Yang, destacou que a parceria entre Brasil e China é promissora, já que ambos os países compartilham necessidades semelhantes no setor agrícola. A cooperação tecnológica entre os dois gigantes agrícolas poderá não só reduzir os custos energéticos das cooperativas, mas também promover a sustentabilidade no setor rural brasileiro.
Essa colaboração é vista como uma resposta à necessidade de reindustrialização do Brasil, um projeto estratégico defendido pelo governo Lula. Para Stedile, o modelo chinês de desenvolvimento, que une soluções econômicas e sociais, oferece uma alternativa mais colaborativa em comparação aos países ocidentais. Ele acredita que a sinergia entre os governos de Xi Jinping e Lula pode acelerar a implementação dessas tecnologias no Brasil, contribuindo para um futuro mais sustentável e autossuficiente.
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