Após seis dias de apagão, a Justiça determinou que a Enel tem 24 horas para restabelecer a energia elétrica nas áreas afetadas pela forte tempestade que atingiu a Grande São Paulo. Moradores de bairros como Vila das Belezas, na capital, seguem sem luz e enfrentam transtornos causados pela falta de eletricidade. Entre os principais problemas estão o risco de fios expostos nas ruas, prejuízos financeiros e dificuldades no cotidiano, como a impossibilidade de abrir portões elétricos e armazenar alimentos perecíveis.
Eliezer dos Santos, repórter da região, destacou que, durante um trajeto pela cidade, não avistou nenhum veículo da concessionária em operação, embora diversos pontos ainda estejam sem energia. Em uma das ruas visitadas, fios caídos permanecem no chão desde a retirada de uma árvore, ocorrida há dias, sem que a Enel tenha dado prosseguimento aos reparos. A moradora Cátia relatou que estão há 132 horas sem luz, e que apesar de várias tentativas de contato com a empresa, não obtiveram resposta ou solução.
Cristina, outra moradora, teve o telhado de sua casa destruído pela queda da árvore e ainda não conseguiu realizar os reparos, agravando a situação com a previsão de novas chuvas nos próximos dias. “Estamos presos, dependemos da boa vontade da empresa”, desabafou.
A situação também afeta diretamente o comércio local. Dona Maria, que mantém um brechó e trabalha como costureira, relatou que precisou devolver encomendas, pois sem energia elétrica, não consegue concluir as peças. “Meu sustento depende desse trabalho, e além disso, tenho um filho doente que precisa de cuidados especiais. Perdi alimentos por falta de refrigeração”, comentou emocionada.
Mesmo após a presença de uma equipe da Enel, os moradores afirmam que o problema persiste. Segundo relatos, técnicos estiveram no local, observaram a situação, mas não realizaram os reparos necessários antes de partir.
Com a determinação judicial, a Enel enfrenta agora a obrigação de restabelecer a energia em até 24 horas, sob pena de sanções. No entanto, a confiança dos moradores é baixa, diante da lentidão na resolução dos problemas e da falta de comunicação por parte da empresa. Uma coletiva de imprensa estava agendada para às 8h, mas, até o momento, não havia sido realizada.
A Enel justificou que menos de 1% de seus clientes estão sem luz, mas, para moradores como Dona Maria, “esse 1% é 1000% do meu drama”. As próximas horas serão cruciais para definir se a concessionária conseguirá cumprir o prazo estipulado pela Justiça e aliviar o sofrimento dos moradores que, por dias, aguardam uma solução.
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