A Rio Tinto (RIO.L) anunciou recentemente a compra da Arcadium por US$ 6,7 bilhões, consolidando sua posição estratégica no mercado de extração de lítio. A negociação, considerada uma das maiores do setor, foi motivada pelo interesse da Rio em adquirir a expertise da Arcadium na extração direta de lítio (DLE), uma tecnologia inovadora que promete reduzir o tempo e o impacto ambiental do processo de extração desse metal, essencial para baterias de veículos elétricos.
A tecnologia DLE permite que o lítio seja extraído diretamente de salmouras em um processo comparado à filtragem de água, com uma eficiência muito superior aos métodos tradicionais. Enquanto as técnicas convencionais, que utilizam grandes lagoas de evaporação, levam meses para produzir o lítio, o DLE promete acelerar o processo para apenas algumas horas ou dias. Além disso, o método utiliza significativamente menos água, um recurso escasso em regiões de mineração, como o Chile e a Argentina, onde a Rio Tinto planeja desenvolver grandes depósitos de lítio.
De acordo com Jakob Stausholm, CEO da Rio Tinto, a aquisição coloca a empresa em uma posição de vanguarda no setor. “Acreditamos que o DLE é a solução ideal para atender à crescente demanda global por lítio, especialmente para o mercado de veículos elétricos”, afirmou o executivo. Ele acrescentou que a tecnologia permitirá à Rio expandir rapidamente sua produção, já que pode ser replicada com facilidade após o domínio inicial do processo.
A Arcadium já possui décadas de experiência no desenvolvimento dessa tecnologia, tendo implementado uma unidade de DLE em conjunto com lagoas de salmoura na Argentina na década de 1990. Esse conhecimento acumulado foi um dos fatores que atraiu a Rio Tinto para a negociação, segundo analistas do setor, que veem a empresa pagando um prêmio pela propriedade intelectual e know-how da Arcadium.
Espera-se que a indústria de DLE cresça substancialmente nos próximos anos, com projeções de atingir US$ 10 bilhões em receita anual até o final da década. Além da Rio, empresas como ExxonMobil, Eramet e Albemarle estão investindo em tecnologias semelhantes, o que acirra a competição no setor.
Embora ainda não haja uma operação comercial de DLE totalmente sem lagoas, o investimento em pesquisa e desenvolvimento por parte de várias empresas indica que o mercado está caminhando nessa direção. A Rio Tinto, agora com a Arcadium em seu portfólio, busca liderar essa transformação.
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