Diante de uma seca severa, os principais reservatórios hidrelétricos do Brasil, localizados no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, atingiram seus menores níveis em quase três anos, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Este cenário alarmante é mais crítico do que o registrado em janeiro de 2022, com os reservatórios operando atualmente a 43,9% de sua capacidade total.
O Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% do armazenamento de água do país, não é o único a enfrentar tais desafios. Os subsistemas do Sul, Nordeste e Norte apresentam níveis de 56,5%, 47,8% e 71,3%, respectivamente, com uma média nacional preocupante de 49%.
Este período de estiagem, intensificado pelo fenômeno climático El Niño e exacerbado pelas mudanças climáticas, afeta diretamente os custos da energia elétrica. Alexandre Nascimento, meteorologista e sócio-diretor da consultoria Nottus, destacou que, embora o El Niño costume provocar chuvas intensas no sul do Brasil, ele compromete o período chuvoso nas demais regiões, elevando as temperaturas.
Para mitigar os efeitos da escassez de água nos reservatórios, o ONS tem adotado medidas como a restrição da geração hidrelétrica e a ampliação do uso de usinas térmicas, que possuem custo operacional mais elevado. Em consequência, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu a bandeira tarifária vermelha patamar 2 para outubro, o que implica uma cobrança adicional nas contas de luz dos consumidores.
Os preços da energia no mercado livre também dispararam, atingindo 560 reais/MWh (cerca de US$ 100/MWh), um aumento significativo frente aos 60 reais/MWh observados anteriormente, conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Recentemente, em uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o ONS delineou estratégias para o último trimestre do ano, que incluem maior geração termelétrica, importação de energia e ajustes nas regras de operação. O CMSE também recomendou que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) assegure o fornecimento regular de gás natural para as termelétricas.
Em meio a essas discussões, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ponderou sobre a possível reintrodução do horário de verão, uma medida ainda em avaliação dada a sua complexidade e impacto transversal.
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