quinta-feira, 21 novembro / 2024

A BP alterou significativamente sua abordagem de transição energética, reajustando suas metas de produção de petróleo para 2030 e planejando novos investimentos em combustíveis fósseis, após um ajuste inicial que reduziu a meta de corte de produção de 40% para 25%. Essa decisão reflete a nova estratégia sob a liderança de Murray Auchincloss, que assumiu o cargo com a promessa de recuperar a confiança dos investidores, concentrando-se em retornos de curto prazo.

Inicialmente, a BP propôs uma das estratégias mais ambiciosas do setor em 2020, visando uma significativa redução na produção de petróleo enquanto acelerava o desenvolvimento de energias renováveis. No entanto, a necessidade de ajustar as expectativas diante das demandas por lucratividade levou à revisão dessa meta em 2021, fixando o novo objetivo em 2 milhões de barris por dia até o final da década.

O CEO, que substituiu Bernard Looney após sua saída em meio a controvérsias, sinalizou um foco renovado nos segmentos mais lucrativos da empresa, principalmente petróleo e gás, ao mesmo tempo que a empresa continua a visar emissões líquidas zero até 2050. “A direção é a mesma, mas vamos entregar como uma empresa mais simples, mais focada e de maior valor”, afirmou um porta-voz da BP.

A companhia, que viu suas ações declinarem em comparação aos rivais, enfrentou desafios adicionais como problemas na cadeia de suprimentos e um aumento nos custos e taxas de juros, impactando a viabilidade de seus investimentos em renováveis. Como parte da nova estratégia, a BP também planeja expandir suas operações nos EUA e no Oriente Médio, incluindo investimentos significativos no Iraque e no Golfo do México.

Além disso, Auchincloss anunciou uma iniciativa de redução de custos de US$ 2 bilhões até 2026, recalibrando investimentos em projetos de energias renováveis e reduzindo o escopo de seus projetos de hidrogênio de baixo carbono. A empresa também fortaleceu sua posição no mercado de energia solar adquirindo participações adicionais na Lightsource BP e na Bunge, uma empresa brasileira de biocombustíveis.

Esse redirecionamento estratégico ocorre em um momento crítico para a indústria energética, com as empresas reavaliando suas metas de transição energética em resposta às demandas de mercado e segurança energética, especialmente após os desafios geopolíticos recentes, como a invasão da Ucrânia pela Rússia.

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Thailane Oliveira é advogada formada pela USP e possui mais de 12 anos de experiência em políticas públicas e legislação de trânsito. Seus artigos explicam de forma clara as mudanças nas leis que afetam motoristas, ciclistas e usuários de transporte público.