A Espanha está vivendo uma nova fase no mercado de contratos de compra de energia de longo prazo, os PPAs (Power Purchase Agreements). A canibalização de preços – resultado da alta produção de energia solar – tem pressionado o mercado, levando à adoção de contratos que combinam tecnologias de geração renovável, como a solar fotovoltaica e a eólica. No primeiro semestre de 2024, foram firmados PPAs que hibridizam essas fontes, alcançando 1,3 GW de capacidade instalada.
A “canibalização de preços” ocorre quando a oferta de energia excede a demanda, levando a uma queda nas tarifas, o que impacta negativamente as receitas das empresas geradoras. Para mitigar esse risco, a Espanha vem se destacando com a adoção de modelos híbridos, que integram eólica e solar, garantindo maior estabilidade e preços mais competitivos. De acordo com o Pexapark, empresa de consultoria em energia renovável, esses contratos já superam o volume de PPAs exclusivamente solares assinados no mesmo período.
Mathieu Ville, especialista em PPAs, destaca a urgência de soluções de flexibilidade, como o uso de baterias, para acompanhar o avanço das renováveis no país. Ele enfatiza que a Espanha, apesar de sua posição estratégica como “ilha energética” da Europa, ainda enfrenta atrasos na implementação de mercados de capacidade que incentivem o investimento em armazenamento.
A hibridização é vista como uma resposta promissora. Daniel Pérez, diretor da L’Energètica, aponta que a combinação de eólica e solar em PPAs reduz o risco de segmentação no mercado solar, oferecendo uma solução parcial para a volatilidade dos preços. No entanto, ele ressalta que a evolução do mercado energético exige alternativas ao atual sistema de mercado marginal, onde a última unidade de geração define o preço da eletricidade.
Além disso, a hibridização de plantas renováveis está sendo amplamente adotada na Espanha. As empresas estão maximizando o uso de suas infraestruturas e terrenos, instalando painéis solares em parques eólicos existentes, o que melhora a eficiência e reduz custos. Ao compartilhar pontos de conexão e infraestrutura, as plantas híbridas conseguem minimizar o impacto ambiental e garantir um fornecimento de energia mais estável, mesmo em condições meteorológicas desfavoráveis.
Essa estratégia de combinar tecnologias complementares, como solar e eólica, está transformando o cenário energético espanhol, permitindo que o país mantenha sua liderança em acordos de energia renovável na Europa.
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