Energia renovável impulsiona mercado de trabalho global com 16,2 milhões de empregos em 2023

O setor global de energia renovável registrou um crescimento recorde em 2023, alcançando 16,2 milhões de empregos, um aumento expressivo em relação aos 13,7 milhões registrados no ano anterior. Esse marco foi divulgado no Relatório Anual sobre Energia Renovável e Empregos 2024, publicado pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A China manteve a sua liderança, concentrando cerca de 7,4 milhões de empregos no setor, representando quase metade do total global. A União Europeia ocupou o segundo lugar com 1,8 milhão de empregos, seguido de perto pelo Brasil, que empregou 1,56 milhão de pessoas na área. Estados Unidos e Índia também se destacaram, cada um contribuindo com aproximadamente 1 milhão de empregos.

O relatório apontou que o maior crescimento ocorreu na energia solar fotovoltaica , que sozinha foi responsável por 7,2 milhões de empregos em todo o mundo. Desse total, 4,6 milhões estão localizados na China, reforçando o papel crucial do país no cenário global de energia limpa. O Sudeste Asiático também emergiu como um hub significativo para exportações de energia solar, beneficiando-se de investimentos chineses.

Outro destaque foi o setor de biocombustíveis líquidos , que gerou 2,8 milhões de empregos globalmente, com o Brasil desempenhando um papel central, sendo responsável por um terço dessa força de trabalho. A Indonésia , por sua vez, contribuiu com um quarto dos empregos globais nesse segmento, mostrando um crescimento importante na produção de biocombustíveis.

Por outro lado, o setor de energia hidrelétrica não acompanhou a tendência de crescimento dos demais, registrando uma queda nos empregos, de 2,5 milhões em 2022 para 2,3 milhões em 2023 . Os principais trabalhos desse setor continuaram sendo China, Índia, Brasil, Vietnã e Paquistão.

O setor de energia eólica , dominado pela China e pela Europa, foi responsável por 1,5 milhão de empregos , com 52% dessas posições localizadas na China e 21% na Europa. No entanto, a África continua com uma participação reduzida nos investimentos internacionais em energias renováveis, somando apenas 324 mil empregos no setor em 2023, o que evidencia a necessidade de mais esforços para incluir o continente na transição energética global.

Francesco La Camera, Diretor-Geral da IRENA, destacou a importância de uma transição energética inclusiva: “A história da transição energética não pode se concentrar em apenas uma ou duas regiões. Para alcançarmos a meta de triplicar a capacidade de energia renovável até 2030, é essencial que apoiemos regiões marginalizadas, superando as barreiras que limitam seu progresso.”

Este crescimento no emprego em energia renovável reflete a crescente adoção de fontes limpas e a necessidade urgente de enfrentar uma crise climática, ao mesmo tempo em que reforce o impacto positivo dessa transição sobre o desenvolvimento socioeconômico global.