sexta-feira, 22 novembro / 2024

Uma recente conferência sobre petróleo realizada no Rio de Janeiro demonstrou o otimismo contínuo da indústria de combustíveis fósseis no Brasil, apesar das crescentes discussões globais sobre mudanças climáticas. O evento, conhecido como Rio Oil & Gas (ROG-e), teve o maior número de participantes desde o início da pandemia, reafirmando a posição do país como um dos grandes produtores globais de petróleo.

Na abertura do evento, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, gerou aplausos ao afirmar que o Brasil deve explorar novas áreas offshore, incluindo regiões ambientalmente sensíveis. A afirmação veio em meio ao planejamento do Brasil para sediar a COP30 em 2025, ressaltando o paradoxo entre os compromissos ambientais do governo e a dependência contínua do petróleo.

Empresas como TotalEnergies, BP e Exxon Mobil marcaram presença na conferência, promovendo suas iniciativas de perfuração em águas profundas. Esse otimismo contrasta com as oscilações recentes no preço do petróleo, que têm registrado quedas, mas não parece influenciar o planejamento de novos projetos de exploração, que podem levar anos para entrarem na operação.

A produção de petróleo no Brasil atingiu um recorde de mais de 3,5 milhões de barris por dia em 2023, colocando o país em destaque no cenário energético global, mesmo enquanto membros da OPEP, como Arábia Saudita e Líbia, ajustam suas produções. A Petrobras, gigante estatal do setor, também segue investindo massivamente, especialmente após a nomeação de sua nova presidente, Magda Chambriard, que tem a missão de acelerar os gastos e expandir a produção.

Esse cenário, no entanto, contrasta com a agenda promocional ambiental do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende a preservação da Amazônia e outras iniciativas verdes. Mesmo assim, o petróleo continua sendo uma fonte crucial de receitas para o governo, criando um dilema que deve ganhar destaque nas discussões da COP30.

Durante a conferência, um ativista do Greenpeace interrompeu o discurso do secretário-geral da OPEP, Haitham Al-Ghais, reforçando o esforço entre o setor de combustíveis fósseis e os defensores do clima. No entanto, Al-Ghais respondeu com bom humor e elogiou a energia do Brasil, em um comentário que foi bem recebido pelo público presente.

Enquanto o mundo avança na direção das energias renováveis, o Brasil continua a expandir sua produção de petróleo, equilibrando suas ambições ambientais com a realidade econômica de um país que ainda depende fortemente de seus recursos naturais.

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Thailane Oliveira é advogada formada pela USP e possui mais de 12 anos de experiência em políticas públicas e legislação de trânsito. Seus artigos explicam de forma clara as mudanças nas leis que afetam motoristas, ciclistas e usuários de transporte público.