Petrobras almeja crescimento no mercado africano com acordo na Namíbia

A Petrobras, maior empresa brasileira de petróleo e gás, está em negociação para adquirir 40% de participação no bloco de exploração de hidrocarbonetos Mopane, localizado na costa da Namíbia. A operação faz parte da estratégia de expansão global da Petrobras, que visa aumentar sua presença em mercados promissores de energia, como o africano. A Galp, empresa portuguesa de energia e proprietária do bloco, está em processo de venda, e a Petrobras surge como uma forte candidata para assumir o controle.

O bloco Mopane é visto como uma das áreas offshore mais promissoras da África, especialmente após descobertas recentes de nível de petróleo. A Namíbia compartilha características geológicas com as bacias de Santos e Campos, regiões do pré-sal brasileiro, onde a Petrobras possui ampla experiência e sucesso comprovado. Essa similaridade pode ser uma vantagem competitiva para uma empresa brasileira, que possui expertise em perfurações em águas profundas e tecnologia avançada de limpeza.

A possível aquisição do bloco Mopane pela Petrobras alinha-se aos esforços do Brasil em expandir suas operações internacionais no setor de energia. O Invest in African Energy Forum, previsto para maio de 2024 em Paris, será uma oportunidade para a Petrobras buscar novas parcerias e aquisições no continente africano, uma região rica em recursos ainda inexplorados.

A expertise da Petrobras em águas profundas

A Petrobras é reconhecida mundialmente por sua capacidade técnica na exploração de reservas de petróleo localizadas em áreas ultraprofundas. Essa experiência, desenvolvida nas bacias do pré-sal brasileiro, pode ser decisiva para explorar o potencial do bloco Mopane. A tecnologia de ponta empregada pela empresa tem sido um diferencial na redução de custos e aumento da produtividade, e pode ser replicada nas operações na Namíbia.

As estimativas iniciais apontam que o bloco Mopane pode conter até 10 bilhões de barris de petróleo equivalentes, o que poderia posicioná-lo como uma das maiores descobertas offshore do mundo. A Petrobras, caso concretize a aquisição, deve liderar o desenvolvimento do bloco, focando em perfurações exploratórias e na construção de infraestrutura submarina.

A entrega da Petrobras na Namíbia também reflete o interesse renovador do Brasil em fortalecer suas relações com os países africanos. Nos últimos anos, a empresa brasileira tem investido em projetos de exploração no continente, como a recente aquisição de participações em blocos operados pela Shell em São Tomé e Príncipe.

Esses investimentos fazem parte de um plano mais amplo de diversificação das operações da Petrobras fora do Brasil, com foco em áreas de grande potencial energético. A expectativa é que a Namíbia se torne uma nova fronteira para a produção de petróleo e gás, impulsionando tanto a economia africana quanto a brasileira.