sexta-feira, 22 novembro / 2024

No cenário global emergente dos biocombustíveis, o Brasil se posiciona para assumir um papel de liderança na Indústria de Combustíveis de Aviação Sustentável (SAF). Com planos ambiciosos de produção até 50 bilhões de litros de SAF até 2030, o país demonstra um compromisso robusto com a inovação ambiental. Gilberto Peralta, presidente da Airbus Brasil, destaca essa meta como um marco no compromisso do Brasil com a sustentabilidade na aviação.

O Brasil já é reconhecido por sua expertise em biocombustíveis, especialmente com o etanol de cana-de-açúcar, estabelecendo uma base sólida para inovações futuras em SAF. A abundância de matéria-prima e uma infraestrutura energética em expansão são vantagens adicionais que favorecem o país nesse desenvolvimento. Além disso, o robusto setor aéreo brasileiro, com mais de 2.000 aeronaves e 100 aeroportos, cria um mercado doméstico promissor para o consumo de SAF.

Iniciativas notáveis ​​estão sendo inovadoras para contribuir para a produção nacional de SAF. Projetos como o BioQAv, liderados por gigantes como Boeing e Embraer, visam transformar o óleo de cozinha usado em ésteres e ácidos graxos hidroprocessados. Paralelamente, o projeto BioValor, uma colaboração entre Amyris, TotalEnergies e LanzaTech, explora a produção de combustível de aviação a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Além disso, o projeto H2Fly, em parceria com a Siemens Energy e Airbus, foca na geração de querosene sintético utilizando hidrogênio verde.

Contudo, a jornada rumo ao topo da indústria de SAF não está isenta de desafios. A competição por matéria-prima, particularmente o uso da cana-de-açúcar e do óleo de soja, requer uma gestão estratégica para garantir a sustentabilidade do projeto. Além disso, as preocupações ambientais, como o desmatamento vinculado à produção de soja, e a necessidade de investimentos substanciais em infraestrutura e tecnologia são barreiras que o Brasil precisa superar para alcançar suas metas ambiciosas.

O desenvolvimento do SAF no Brasil representa uma combinação entre inovação e sustentabilidade, moldando não apenas a indústria de biocombustíveis, mas também reafirmando o compromisso do país com práticas mais limpas e verdes na aviação global.

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Thailane Oliveira é advogada formada pela USP e possui mais de 12 anos de experiência em políticas públicas e legislação de trânsito. Seus artigos explicam de forma clara as mudanças nas leis que afetam motoristas, ciclistas e usuários de transporte público.