O Brasil, em sua posição de liderança no G20, está impulsionando debates sobre a pobreza energética como um fator central na luta global contra a fome e a pobreza. Em artigo publicado no portal oficial do G20 Brasil, o pesquisador André Leão, do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), destacou a importância de investir em soluções energéticas para transformar as condições de vida de populações vulneráveis. Ele ressalta que o acesso à energia é essencial para garantir o desenvolvimento social e econômico.
A discussão sobre pobreza energética ganha força nas reuniões do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, um tema prioritário para o governo brasileiro. Leão destaca que o conceito de pobreza energética, ainda pouco debatido no Brasil, reflete a dificuldade de acesso a fontes energéticas seguras e modernas, o que impede milhões de pessoas de sair da pobreza. Segundo ele, sem energia limpa e acessível, serviços básicos como resfriamento de alimentos, aquecimento e iluminação tornam-se inviáveis para famílias de baixa renda, que recorrem a fontes de energia poluentes, como carvão e querosene.
De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE), cerca de 2,3 bilhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso a fontes de energia limpa. A África Subsaariana é a região mais afetada, com apenas 18,5% da população tendo acesso a tecnologias de cozinha limpa. A desigualdade é evidente quando comparada a outras regiões, onde o acesso chega a mais de 90%. Esses números revelam a urgência de uma ação coordenada para garantir que políticas de transição energética sejam implementadas, especialmente em países em desenvolvimento.
O Brasil, através da proposta de uma coalizão global para apoiar nações com baixa capacidade de planejamento energético, coloca-se como protagonista na promoção de soluções para a pobreza energética. A meta global, segundo a AIE, é garantir que 300 milhões de pessoas tenham acesso a tecnologias de cozinha limpa a cada ano até 2050, o que requer investimentos massivos de até 8 bilhões de dólares anuais.
A cúpula do G20, que acontece no fim de setembro, será uma plataforma crucial para o avanço dessas discussões, com o Brasil liderando iniciativas que vinculam a transição energética à melhoria das condições de vida das populações mais pobres do mundo.
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