Grandes petrolíferas apostam na amônia verde para reduzir emissões e impulsionar indústria naval

Nos últimos meses, as maiores empresas de petróleo e gás do mundo intensificaram os investimentos em projetos de amônia de baixo carbono, visando não apenas sua aplicação na produção de fertilizantes, mas também como combustível alternativo na indústria naval. A ADNOC e a ExxonMobil são alguns dos gigantes que anunciaram grandes acordos nessa área, com apoio do governo dos Estados Unidos.

A amônia verde, produzida a partir de hidrogênio de baixo carbono e com captura de carbono, tem se mostrado uma solução promissora na corrida pela redução de emissões, especialmente na agricultura e transporte. A ExxonMobil, por exemplo, planeja converter gás natural em hidrogênio praticamente livre de carbono em uma de suas maiores instalações no Texas, com 98% das emissões de CO2 sendo capturadas. A expectativa é que essa planta produza mais de 1 milhão de toneladas de amônia de baixo carbono por ano até 2029.

Além do apoio da indústria privada, o governo dos EUA, por meio do Departamento de Energia, tem oferecido garantias de empréstimos para viabilizar esses projetos. Um exemplo é o financiamento de US$ 1,5 bilhão para uma planta em Indiana, que utilizará tecnologia de captura e sequestro de carbono para produzir amônia para o setor agrícola.

A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que, até 2050, a amônia poderá representar 44% do consumo final de energia no setor de transporte marítimo, superando biocombustíveis e hidrogênio. Isso faz da amônia verde uma alternativa viável para reduzir as emissões do setor naval, responsável por cerca de 2% das emissões globais de CO2 relacionadas à energia.

Com esses investimentos bilionários e o suporte governamental, a amônia verde surge como um pilar na transição energética, não apenas para a agricultura, mas também para o transporte marítimo, reafirmando o compromisso das grandes petrolíferas com um futuro mais sustentável.