A recente expansão do oleoduto Trans Mountain (TMX) está cumprindo sua promessa de diversificar os destinos das exportações de petróleo canadense, com foco nos mercados asiáticos. Desde junho, o TMX facilitou o envio de 28 milhões de barris a mais de petróleo bruto da costa oeste do Canadá, enquanto as exportações pela costa do Golfo dos EUA registraram uma queda de 1,68 milhões de barris, conforme dados da Vortexa via Bloomberg.
O principal destino das exportações tem sido a Ásia, onde países como China, Índia, Coreia do Sul e Brunei estão se destacando como grandes compradores. A China lidera as aquisições, com um aumento de 8,24 milhões de barris, enquanto a Coreia do Sul e a Índia também incrementaram suas compras.
O petróleo canadense, especialmente o blend pesado como Cold Lake e Access Western Blend (AWB), atrai interesse na Ásia devido ao seu custo competitivo em relação a outros tipos de petróleo pesado. A refinaria privada chinesa Rongsheng Petrochemical, por exemplo, adquiriu várias cargas de AWB, enquanto a GS Caltex, da Coreia do Sul, dividiu uma carga de Cold Lake com a refinaria japonesa ENEOS.
O oleoduto TMX, que triplicou sua capacidade para 890 mil barris por dia, está oferecendo aos produtores canadenses uma chance de reduzir sua dependência das refinarias americanas, que muitas vezes impõem descontos significativos ao petróleo canadense. Além disso, oferece às refinarias asiáticas uma alternativa viável para diversificar suas importações, especialmente em tempos de sanções ao petróleo venezuelano.
Mesmo com essa mudança de foco para a Ásia, a costa do Golfo dos EUA permanece um importante ponto de exportação, particularmente devido à capacidade de embarcar grandes volumes de petróleo em navios VLCC, que podem transportar até 2 milhões de barris por viagem.
No campo financeiro, o governo canadense está em processo de privatização da Trans Mountain Corp., operadora do TMX, após anos de controle estatal. A expansão, que custou C$ 34 bilhões — seis vezes o valor inicialmente previsto —, continua sendo um ativo estratégico para o país, garantindo acesso a mercados internacionais e reforçando a posição do Canadá no cenário global de energia.
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