A Petrobras deu um passo importante para a segurança energética do Brasil com a inauguração do complexo de gás natural de Boaventura, no estado do Rio de Janeiro, na última sexta-feira. O empreendimento, que inclui o gasoduto Rota 3 e a maior unidade de processamento de gás do país, tem capacidade para transportar até 18 milhões de metros cúbicos por dia (Mm³/d) e processar até 21 Mm³/d de gás natural, proveniente dos campos offshore do pré-sal.
Esse novo complexo deverá aumentar a oferta nacional de gás natural em cerca de 50%, o que é significativo, considerando que a produção total de gás do Brasil em abril foi de 40,8 Mm³/d. O gás processado ajudará a reduzir a dependência de importações, atendendo à crescente demanda doméstica e abrindo espaço para novos investimentos na indústria energética.
Expansão de termelétricas e refino
Além da infraestrutura para processamento de gás, a Petrobras está investindo em outros projetos no complexo, como a construção de duas usinas termelétricas movidas a gás. Essas usinas participarão de leilões de energia, visando ampliar a capacidade térmica do país. A petrolífera também está desenvolvendo novas unidades de refino para a produção de lubrificantes, diesel e querosene de aviação.
A inovação não para por aí: há estudos para a instalação de uma planta de biocombustíveis, que produzirá diesel e querosene 100% renováveis. Além disso, o complexo abrigará um projeto piloto de captura de carbono (CCUS), em parceria com iniciativas no Rio de Janeiro, fortalecendo o compromisso com a sustentabilidade e a redução de emissões.
Investimentos robustos no Rio de Janeiro
A Petrobras anunciou que destinará cerca de 20 bilhões de reais ao setor de refino no estado do Rio de Janeiro. Desse total, 13 bilhões serão aplicados diretamente no complexo de Boaventura, destinados à produção de lubrificantes, diesel e querosene de aviação. Outros 7 bilhões serão investidos em melhorias na refinaria de Duque de Caxias (Reduc).
Quando estiver completamente operacional, o complexo de Boaventura terá capacidade para produzir 12 mil barris por dia (b/d) de óleos lubrificantes do grupo II, 75 mil b/d de diesel S-10 e 20 mil b/d de querosene de aviação, consolidando sua importância no cenário energético brasileiro.
Durante a cerimônia de inauguração, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou a relevância estratégica do projeto: “O complexo de Boaventura é essencial para a expansão da oferta de gás natural no Brasil, ajudando a diminuir as importações de GLP e diesel.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também destacou o potencial transformador da Petrobras, que ele vislumbra como a maior empresa de energia da América Latina, projetando um futuro com foco em biocombustíveis, etanol e hidrogênio verde. “A Petrobras é mais do que uma indústria de petróleo, é uma indústria de energia, e vai produzir o que for necessário para o futuro do país”, afirmou Lula.
Essa nova fase da Petrobras não apenas aumenta a oferta de gás e derivados no mercado interno, mas também fortalece a posição do Brasil como um dos grandes players globais no setor de energia.
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