A crescente diferença entre o preço da gasolina brasileira e o valor de referência internacional está impulsionando a demanda por combustível nacional, enquanto a Petrobras mantém a estabilidade nos preços, afastando a possibilidade de reajustes no curto prazo. Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) indicam que, em 6 de setembro, o preço da gasolina no Brasil estava 5% abaixo do preço de paridade de importação, refletindo a valorização do dólar frente ao real e uma leve queda nos preços internacionais do diesel.
Segundo a Abicom, o preço médio da gasolina vendida nas refinarias brasileiras estava R$ 0,16 por litro abaixo do benchmark internacional, enquanto o diesel nacional tinha uma diferença de 1% em relação às importações. O presidente da Abicom, Sergio Araujo, afirmou que a expectativa é de que os preços permaneçam estáveis nos próximos dias, apesar da volatilidade cambial.
A Petrobras, por sua vez, confirmou que não pretende realizar cortes nos preços da gasolina, mesmo com a queda do petróleo no mercado internacional. A CEO da estatal, Magda Chambriard, declarou que a empresa está confortável com os valores atuais e não vê necessidade de ajustes imediatos.
Essa postura da Petrobras reflete diretamente no mercado de etanol, que depende da competitividade em relação à gasolina para atrair consumidores. O etanol hidratado, biocombustível que precisa ser vendido a 70% do preço da gasolina para ser competitivo, teve uma relação de 66% na região Sudeste no final de agosto, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
No mercado de etanol, os preços continuam em queda. Em 5 de setembro, o etanol hidratado E100 foi avaliado a R$ 2.980/m³ na região de Ribeirão Preto, uma queda de R$ 70 em relação ao dia anterior. A queda nos preços reflete a pressão dos fornecedores, que enfrentam dificuldades de armazenamento e buscam escoar seus volumes.
O cenário de estabilidade nos preços da gasolina e a queda no valor do etanol trazem incertezas para o setor de biocombustíveis, que pode enfrentar desafios adicionais caso o preço da gasolina suba, diminuindo ainda mais a competitividade do etanol nos postos.
Quer saber tudo
o que está acontecendo?
Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.
Deixe o Seu Comentário