A Bolsa de Valores brasileira segue sendo considerada uma das mais baratas do mundo, com múltiplos de preço/lucro e preço/valor patrimonial em níveis historicamente baixos. Analistas apontam que, mesmo em meio ao cenário macroeconômico desafiador, existem ações subvalorizadas que oferecem potencial de valorização e bons dividendos.

Contexto econômico: Selic e inflação

O Boletim Focus registrou a 13ª queda consecutiva das expectativas de inflação para 2025, reforçando a visão de que a taxa Selic poderá iniciar um ciclo de cortes nos próximos meses. Essa perspectiva beneficia empresas endividadas e setores que dependem de crédito mais barato, além de atrair investidores para ativos de risco como a renda variável.

Mercados emergentes em desconto histórico

O índice MSCI mostra que os mercados emergentes estão em forte desconto em relação às bolsas desenvolvidas, algo que não se via desde os anos 1980. Países como Brasil, Turquia e África do Sul aparecem entre os mais baratos, com dividend yields acima da média global. No Brasil, o rendimento médio de dividendos supera 6%, cinco vezes mais do que o S&P 500.

As 4 ações destacadas como subvalorizadas

1. Engie Brasil (EGIE3)

  • Destaque: margens elevadas e endividamento saudável.

  • Indicadores: P/L de 10,6, dividend yield de 5,25% e payout em ciclos de crescimento.

  • Potencial: empresa sólida no setor de energia, tende a se beneficiar da queda dos juros.

2. B3 (B3SA3)

  • Destaque: lucro líquido de R$ 1,3 bi no 2º tri de 2025.

  • Indicadores: diversificação em renda fixa e crédito; margens acima de 40%.

  • Potencial: empresa resiliente, com modelo de negócios robusto, pode se valorizar com retomada do mercado de capitais.

3. Panvel (PNVL3)

  • Destaque: expansão de 58 novas lojas em 12 meses.

  • Indicadores: lucro líquido ajustado de R$ 28 milhões (+39% no 2º tri/25).

  • Potencial: fortalecimento no Sul do país, ROI em recuperação e ganhos futuros com maturação das novas unidades.

4. Boa Safra (SOJA3)

  • Destaque: carteira recorde de pedidos de R$ 1,6 bi em soja.

  • Indicadores: aumento de 43% nos pedidos no 2º tri/25 e capacidade de produção em expansão.

  • Potencial: setor agrícola promissor, com perspectiva de crescimento no segundo semestre.

Oportunidade para investidores pacientes

Apesar das incertezas, o consenso entre analistas é que momentos de pessimismo e desconto abrem espaço para ganhos expressivos no médio e longo prazo. A combinação de inflação em queda, expectativa de corte nos juros e ativos negociados com forte desconto cria um cenário atrativo para quem busca diversificação.

Aviso: este conteúdo é informativo e não constitui recomendação de compra ou venda de ativos.

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Jornalista e especialista em petróleo, gás, energia e mercado financeiro, com mais de 10 anos de experiência em redações e portais de economia. Responsável pela linha editorial do O Petróleo e pela revisão de conteúdos estratégicos em finanças e investimentos.