quarta-feira, 19 fevereiro / 2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou nesta segunda-feira (03) que as tarifas impostas a México, Canadá e China são necessárias para proteger a economia americana. Em pronunciamento nas redes sociais, Trump garantiu que as sanções comerciais trarão benefícios a longo prazo, mesmo que os americanos sintam um impacto inicial.

‘Era de ouro da América’

“Esta será a era de ouro da América. Terá alguma dor? Sim, talvez. Mas faremos a América grande novamente, e isso valerá o preço”, escreveu Trump em sua conta oficial.

Especialistas alertam que a decisão pode aumentar a pressão sobre o orçamento das famílias americanas, já afetadas pelo aumento dos preços dos alimentos. A medida inclui a imposição de tarifas de até 25% sobre produtos importados da China, México e Canadá, os principais parceiros comerciais dos EUA.

Guerra comercial iminente?

Analistas consideram que a iniciativa de Trump pode desencadear uma guerra comercial sem precedentes. A resposta dos países afetados foi rápida. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou ações tarifárias em retaliação e criticou a estratégia americana. “Não é impondo tarifas que se resolvem problemas, mas com diálogo”, afirmou.

O Ministério das Relações Exteriores da China também se manifestou, declarando que “guerras comerciais não têm vencedores”. Pequim já anunciou que levará a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC) e pode implementar contramedidas em breve.

No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau também reagiu com firmeza, anunciando tarifas de 5% sobre produtos americanos e incentivando os canadenses a darem preferência a produtos locais e ao turismo interno, evitando viagens aos EUA.

Impacto global e no Brasil

A União Europeia sinalizou que, caso seja alvo de novas sanções, também retaliará os Estados Unidos. No Brasil, o governo monitora a situação e avalia se tomará medidas para se proteger dos impactos indiretos. Para o especialista em direito internacional Manuel Furriela, o Brasil pode sofrer consequências, ainda que sua participação no comércio americano seja modesta. “Mesmo sem ser um parceiro comercial tão relevante, o Brasil poderá ser afetado pelo efeito cascata dessas sanções”, explicou.

Por outro lado, Arno Glazer, diretor da Câmara de Comércio Indústria e Serviços do Brasil, acredita que o país pode até ganhar competitividade, caso consiga manter relações comerciais estáveis com os EUA enquanto outros países sofrem sanções. “O cenário mais provável é que as taxas sejam mantidas e o Brasil possa aproveitar algumas vantagens competitivas”, afirmou.

Efeitos no mercado e o fator Fentanil

Outro ponto polêmico levantado por Trump foi a ligação das tarifas ao combate ao tráfico de fentanil, droga altamente letal que tem provocado milhares de mortes nos EUA. Segundo ele, o fentanil vem da China e entra nos EUA através do México e do Canadá. “Se eles não impedirem esse fluxo, as tarifas serão ainda mais severas”, advertiu o presidente.

A medida também impacta os mercados financeiros. Investidores temem que o agravamento das tensões comerciais aumente a inflação global e leve os bancos centrais a elevarem as taxas de juros. Se isso ocorrer, a economia mundial pode desacelerar, afetando cadeias produtivas e ampliando incertezas econômicas.

Estratégia política?

A análise de economistas aponta que as tarifas impostas por Trump fazem parte de uma estratégia de fortalecimento político. Ao endurecer posições contra parceiros comerciais, ele reforça sua base eleitoral e tenta cumprir promessas de campanha ligadas ao protecionismo econômico.

Apesar da resistência internacional, Trump permanece firme em sua postura, apostando que os parceiros comerciais não terão alternativa a não ser negociar melhores condições para os EUA. “Os Estados Unidos financiavam muitos países e agora estão reequilibrando esse jogo”, concluiu o presidente.

A comunidade internacional agora aguarda os próximos desdobramentos e os impactos que essas tarifas poderão causar na economia global.

Deixe o Seu Comentário

Quer saber tudo
o que está acontecendo?

Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.

ENTRAR NO GRUPO

Compartilhar.

Fabiola Cunha é especialista em finanças e investimentos, com certificações pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) e MBA em Gestão de Investimentos pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com uma carreira de mais de 12 anos no mercado financeiro, ela se destaca por sua habilidade em planejar estratégias de investimentos pessoais e empresariais. No O Petróleo, Fabiola escreve sobre oportunidades de investimento, dicas de finanças pessoais e tendências do mercado de capitais.

O conteúdo do O PETRÓLEO é destinado exclusivamente à informação e educação sobre o mercado financeiro. Não oferecemos recomendações de investimento. As informações aqui apresentadas são provenientes de fontes públicas e não devem ser consideradas como base para decisões de compra ou venda de ativos. O investidor é o único responsável por suas escolhas