A supermajor europeia Shell e o Porto Açu do Brasil assinaram um memorando de entendimento para o desenvolvimento conjunto de uma planta piloto para gerar hidrogênio verde nas extensas instalações do porto no estado do Rio de Janeiro.
A iniciativa pioneira começará a funcionar como um laboratório de pesquisa para desenvolver aprendizado e realizar testes de descarbonização.
A Shell planeja investir entre US$ 60 milhões e US$ 120 milhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil este ano.
Parte dos recursos será destinada à planta piloto de hidrogênio verde, que deve ser concluída em 2025 e inicialmente terá capacidade de 10 megawatts, podendo chegar a 100 MW.
De acordo com a Shell, a energia da rede nacional do Brasil será conectada à usina de eletrólise para gerar hidrogênio verde, que será destinado principalmente para armazenamento e posterior envio a potenciais consumidores.
“Com este piloto, pretendemos promover o desenvolvimento de toda a cadeia de valor da geração renovável de hidrogênio”, disse o presidente da Shell Brasil, André Araújo.
O presidente-executivo da Acu Port, José Firmo, acrescentou que o acordo é um marco no desenvolvimento de um mercado de hidrogênio verde no Brasil.
“A infraestrutura de classe mundial do Porto do Açu é um componente essencial para acelerar o desenvolvimento de projetos de baixo carbono e para a descarbonização da indústria”, disse Firmo.
Shell adiciona o Brasil à lista de projetos de geração de hidrogênio na Alemanha, Holanda e China
A Acu Port, que tem como principal acionista o investidor de infraestrutura EIG Global Energy Partners, com sede em Washington DC, já tem iniciativas renováveis em andamento para energia solar e eólica offshore.
Vento do mar
O anúncio veio no mesmo dia em que a Petrobras e a norueguesa Equinor disseram que vão avançar com os estudos de “viabilidade ambiental” para o desenvolvimento do parque eólico de Aracatu, um enorme projeto eólico offshore na bacia de Campos.
Com capacidade prevista de 4,66 gigawatts, o projeto de Aracatu tem potencial para ser um dos maiores parques eólicos offshore do mundo.
Aracatu foi dividido em duas fases – cada uma composta por 160 turbinas de 12 a 16 megawatts cada uma em fundações monopolar em lâmina d’água que varia de 15 a 35 metros.
