segunda-feira, 17 fevereiro / 2025

O setor bancário brasileiro vive um momento de forte pressão, com quedas significativas nas cotações de suas principais ações. Bancos como Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander enfrentam desafios com inadimplência crescente, desaceleração no crescimento da carteira de crédito e uma perspectiva macroeconômica incerta. Por outro lado, analistas apontam que esses fatores podem representar uma janela de oportunidade para investidores.

Resultados recorrentes e lucros históricos

O Itaú se destacou com um lucro histórico de R$ 10,7 bilhões, crescendo 18% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que reafirma sua liderança no setor. Já o Bradesco reportou um crescimento de 13%, alcançando R$ 5,2 bilhões, enquanto o Banco do Brasil apresentou um desempenho mais modesto, com um aumento de 8% em seu lucro. Apesar desses resultados, o mercado segue penalizando as ações do setor devido a incertezas sobre o futuro.

Por que as ações estão em queda?

A crescente inadimplência é um dos principais fatores que pressionam o setor. Os bancos relatam dificuldades em expandir suas carteiras de crédito sem comprometer a qualidade dos ativos. O Banco do Brasil, por exemplo, anunciou medidas mais cautelosas para lidar com a inadimplência, o que impacta diretamente sua capacidade de crescimento. Essa combinação de fatores levou as ações de diversos bancos a atingirem as mínimas das últimas 52 semanas.

Valuation atraente e potenciais oportunidades

Apesar do pessimismo, o setor bancário brasileiro apresenta um dos múltiplos Preço/Lucro (P/L) mais baixos da Bolsa de Valores. O Banco do Brasil, por exemplo, opera com um P/L de apenas 4 vezes, enquanto a média histórica é de 6,36. Isso sugere um desconto significativo em relação ao seu valor intrínseco. De forma semelhante, Bradesco e Itaú também apresentam múltiplos atrativos, oferecendo dividendos robustos mesmo em um cenário desafiador.

Recomendações e dividendos

A Genial Investimentos segue recomendando compra para o Banco do Brasil, destacando o momento como ideal para investidores interessados em ações descontadas. Além disso, o setor continua atraente para investidores em busca de dividendos. O Bradesco, por exemplo, anunciou R$ 3 bilhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP), com pagamentos previstos para o início de 2024. O Banco do Brasil também aumentou seu payout de 40% para 45%, o que deve garantir uma boa remuneração aos acionistas.

Perspectivas para 2024

Embora o setor enfrente desafios, as expectativas de crescimento para 2024 continuam positivas, ainda que em ritmo menor. Analistas projetam um crescimento de 5% a 10% nos lucros do Banco do Brasil, enquanto Itaú deve manter sua tendência de resultados recordes. Com múltiplos tão descontados, o momento pode ser visto como uma oportunidade para investidores de longo prazo que buscam ações de empresas consolidadas e resilientes.

O setor bancário brasileiro está em um ponto de inflexão. Enquanto a inadimplência e a cautela na expansão de crédito geram desconfiança no mercado, os valuations baixos e os dividendos atrativos sugerem que pode haver boas oportunidades para investidores que enxergam o longo prazo. O momento de crise também é um momento de estudo e avaliação cuidadosa para aqueles que desejam aproveitar as assimetrias do mercado.

 

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Suzana Santos é economista formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e especialista em Finanças e Gestão Pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 10 anos de experiência em análise de políticas econômicas e benefícios sociais, Suzana se destaca por sua habilidade em traduzir temas complexos em informações acessíveis e úteis para os leitores.No O Petróleo, Suzana contribui com artigos que abordam desde investimentos e planejamento financeiro até programas de benefícios sociais, sempre com foco na educação financeira e na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Sua visão estratégica e compromisso com a excelência informativa fazem dela uma peça essencial na equipe editorial.

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