segunda-feira, 17 fevereiro / 2025

O fundo imobiliário XPCA11 enfrentou oscilações significativas nos últimos meses, mas entrou em 2025 com um cenário mais promissor. Com distribuição de dividendos estabilizada e eliminação de provisões para devedores duvidosos (PDDs), a tendência é de maior previsibilidade para os investidores.

Em novembro e dezembro de 2024, o XPCA11 sofreu ajustes devido à abertura da curva de juros e impactos contábeis, reduzindo temporariamente a distribuição de dividendos. No entanto, com a estabilização do cenário macroeconômico e melhor gerenciamento da carteira, o fundo conseguiu zerar esses prejuízos e voltar a remunerar seus cotistas.

Impacto na cotação e dividendos

Nos últimos 30 dias, a cota do XPCA11 teve uma valorização expressiva, passando de R$ 5,90 para aproximadamente R$ 6,80, um salto de cerca de 15%. Esse movimento positivo foi impulsionado pelo anúncio da distribuição de R$ 0,10 por cota em dividendos.

A queda anterior na cotação se deu pelo impacto das provisões contábeis, que precisavam ser zeradas antes que o fundo pudesse retomar sua distribuição regular. Agora, com esse ciclo finalizado, os investidores aguardam uma fase mais estável.

Estrutura da carteira do XPCA11

Atualmente, a composição do fundo está distribuída da seguinte forma:

  • 76,7% em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio);
  • 12% em FIDIC e FIAGRO (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios e Fundo de Investimento em Cadeias Produtivas Agroindustriais);
  • 10% em Caixa (reservas de liquidez para novas oportunidades).

A gestão segue focada em ativos de qualidade, com énfase na seleção de operações seguras e bem estruturadas no mercado primário, além de oportunidades pontuais no mercado secundário.

O papel da AgroGalaxy e os ajustes contábeis

Um dos grandes desafios do XPCA11 nos últimos meses foi o impacto da AgroGalaxy, que entrou com um pedido judicial que afetou a carteira do fundo. Como resultado, foi necessária uma provisão de crédito para cobrir possíveis inadimplências.

Essa provisão levou à redução de dividendos nos últimos meses de 2024. Agora, com essa questão equacionada, o fundo retoma sua distribuição normal e não possui mais pendências contábeis que possam impactar seus resultados futuros.

Oportunidades e perspectivas para 2025

Com um patrimônio líquido de R$ 432 milhões e mais de 100 mil cotistas, o XPCA11 segue como um fundo relevante dentro do mercado de CRAs. A tendência para 2025 é que ele mantenha distribuições na casa de R$ 0,10 por cota, podendo melhorar conforme os juros estabilizem e a rentabilidade dos ativos aumente.

Entre os pontos positivos está o elevado retorno dos ativos na carteira:

  • CDI + 4,86% na média da carteira
  • CDI + 3,16% na marcação a mercado
  • IPCA + 9% em posições indexadas à inflação

Isso significa que os investidores que compraram cotas abaixo de R$ 7,00 estão recebendo um retorno anualizado muito atrativo, com possibilidade de crescimento conforme o fundo expande suas operações.

O XPCA11 passou por desafios recentes, mas conseguiu estruturar sua carteira e eliminar provisões, o que sinaliza um período de maior previsibilidade para 2025. A retomada da distribuição de dividendos e a valorização da cotação demonstram que o mercado voltou a confiar no fundo.

Se os juros permanecerem estáveis e a carteira do fundo continuar bem gerida, a tendência é de manutenção dos rendimentos e possível valorização da cota. Para investidores em busca de boas oportunidades no setor de CRAs, o XPCA11 se destaca como uma opção a ser considerada.

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.

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