Após um aumento temporário na produção de petróleo bruto em setembro, a China enfrenta desafios para manter esses níveis no último trimestre do ano. Segundo dados, a produção alcançou 14,35 milhões de barris por dia (b/d) em setembro, representando o maior nível desde abril. No entanto, fontes do setor indicam que a produção pode não se sustentar devido à realização de manutenções programadas e uma demanda mais fraca do que o esperado por produtos petrolíferos.
O consumo de derivados de petróleo tende a aumentar em setembro e outubro, impulsionado por atividades sazonais como pesca, colheita e construção, além das viagens durante o Festival do Meio do Outono e a Semana Dourada. No entanto, as expectativas para os próximos meses não são tão otimistas. As refinarias planejam reduzir as operações em outubro, e a capacidade primária em manutenção deve dobrar, atingindo 960.000 b/d. Adicionalmente, a PetroChina Dalian Petrochemical fechou permanentemente uma unidade de destilação com capacidade de 90.000 b/d.
Os analistas estão preocupados com a demanda fraca continuada após o fim da Semana Dourada, especialmente para gasolina, cujos preços caíram significativamente. Além disso, o governo chinês lançou estímulos econômicos no final de setembro para tentar alcançar a meta de crescimento do PIB de aproximadamente 5% para 2024. Apesar disso, especialistas, como Lynn Song, economista-chefe da Grande China no banco de investimentos ING, afirmam que a China ainda tem um caminho desafiador para alcançar essa meta, considerando o desempenho econômico até agora.
O setor imobiliário, crucial para o consumo de produtos petrolíferos, especialmente o gasóleo, não mostra sinais de recuperação imediata. Uma nova política imobiliária, que visa desestocar suprimentos habitacionais existentes sem incentivar novas construções, limita o potencial de crescimento da demanda por gasóleo.
No panorama global, prevê que a produção anual de petróleo da China cairá 253.000 b/d em 2024, contrastando com o aumento de 1,2 milhão de b/d em 2023. Essa projeção alinha-se com uma expectativa de crescimento mais moderado da demanda por petróleo, estimada em apenas 202.000 b/d para o próximo ano.
Apesar desses desafios, a produção de petróleo bruto da China nos primeiros nove meses do ano cresceu 1,6%, ajudada por um aumento no investimento em exploração e produção. A produção offshore, especialmente, tem sido vital para o crescimento da produção doméstica, mesmo enfrentando interrupções devido a tufões como o Bebinca e o Yagi.
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