O mercado de petróleo enfrenta um período de ajustes significativos. Com a expansão da oferta e a demanda em queda, analistas ajustaram para baixo suas expectativas de preços para 2025, indicando um panorama de incertezas e desafios para o setor.
O preço médio do petróleo Brent, referência no Atlântico, deverá girar em torno de US$ 78,27 por barril no primeiro trimestre de 2025, com uma queda de US$ 7,20 em relação às previsões de julho. Espera-se que o preço se estabilize em US$ 76,88 durante o ano, mostrando uma redução ainda mais acentuada de mais de US$ 6,30 comparado à média anterior. Paralelamente, o preço médio do WTI, o marcador dos EUA, também apresenta uma tendência de queda, com previsões de US$ 73,81 por barril para o início do ano e US$ 72,13 para o restante de 2025.
A desaceleração na demanda chinesa por petróleo é um dos fatores cruciais nesse reajuste. Segundo o BofA Securities, espera-se que o crescimento do consumo de petróleo na China seja de apenas 180.000 barris por dia este ano e 210.000 barris por dia em 2025, um declínio significativo em relação ao aumento recorde de 1,45 milhões de barris por dia observado no ano passado. “Vários fatores, incluindo a rápida adoção de veículos elétricos e caminhões movidos a GNL, estão diminuindo drasticamente o interesse da China por petróleo e podem logo levar ao pico de seu consumo”, destaca o banco.
Por outro lado, a oferta está se expandindo, com um aumento na produção principalmente nas Américas. Brasil, Guiana, Canadá e EUA juntos deverão adicionar cerca de 1,17 milhões de barris por dia ao mercado no próximo ano.
O cenário na Opep+ também é de cautela. Em recente decisão, membros do grupo, incluindo grandes produtores como Arábia Saudita e Rússia, concordaram em adiar o desfazimento de cortes voluntários de produção de 2,2 milhões de barris por dia de dezembro para outubro, estendendo o prazo por mais 12 meses. Essa decisão reflete a estratégia do grupo em equilibrar a oferta com a demanda global e manter a coesão interna, apesar das expectativas de atrasos adicionais por parte do Goldman Sachs.
No entanto, as preocupações com a demanda continuam a pesar sobre o mercado, mesmo com interrupções de suprimento na Líbia e tensões no Oriente Médio. A produção de petróleo leve e doce da Líbia, que soma mais de 850.000 barris por dia, está atualmente interrompida. Apesar disso, espera-se que uma resolução do conflito no país possa restaurar a produção até o final do trimestre.
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