Preços da indústria crescem 0,45% em maio, quarto resultado positivo seguido

Setores de alimentos e máquinas elétricas destacam-se com maiores influências no índice de preços ao produtor.

Os preços da indústria nacional apresentaram um crescimento de 0,45% em maio, conforme divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (27). Este é o quarto aumento consecutivo no índice mensal. Em abril, a alta havia sido de 0,67%. Com este resultado, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula uma elevação de 1,37% no ano e de 0,17% nos últimos 12 meses. Em maio do ano passado, a variação havia sido de -2,88%.

Resultados Acumulados no Ano e nos Últimos 12 Meses

Segundo Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia do IBGE, “os preços da indústria em maio representam o maior resultado acumulado no ano, com 1,37%, desde maio de 2022, quando foi de 9,03%. A variação de 0,17% no acumulado em 12 meses é o primeiro resultado positivo desde fevereiro de 2023, quebrando uma sequência de 14 resultados negativos”.

Principais Influências e Setores em Destaque

Das 24 atividades industriais analisadas, 15 apresentaram aumento nos preços em maio comparado ao mês anterior. Em abril, 21 atividades haviam registrado variações positivas. Os setores com as maiores variações foram:

  • Indústrias extrativas: -4,98%
  • Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: 1,91%
  • Alimentos: 1,88%
  • Vestuário: 1,76%

Influências Setoriais no Índice Geral

Entre os setores que mais influenciaram o índice geral de 0,45% em maio, destacam-se:

  • Alimentos: +0,45 pontos percentuais (p.p.)
  • Indústrias extrativas: -0,25 p.p.
  • Metalurgia: +0,09 p.p.
  • Papel e celulose: +0,06 p.p.

Brandão ressalta que o setor de alimentos, com variação de 1,88%, foi influenciado principalmente por resíduos da extração de soja, leite e arroz. O preço do açúcar, por outro lado, apresentou uma queda mais acentuada.

Situação Climática e Logística Afetam Preços de Produtos Alimentícios

Os aumentos no preço do leite foram causados por condições climáticas adversas, como seca e calor, que reduziram a produção nas bacias leiteiras. Produtos derivados do leite, como leite esterilizado, leite resfriado e queijos frescos, foram impactados.

No caso do arroz, problemas logísticos no Rio Grande do Sul contribuíram para a alta nos preços. Por outro lado, a colheita da cana-de-açúcar explica a queda no preço do açúcar em maio.

Desempenho das Indústrias Extrativas

As indústrias extrativas registraram uma queda de 4,98% em maio, sendo a terceira queda consecutiva e a mais intensa desde novembro de 2023. Brandão destaca que tanto o óleo bruto de petróleo quanto o minério de ferro, produtos de maior peso no setor, apresentaram variações negativas, algo que não acontecia simultaneamente desde novembro de 2023.

Variações por Categorias Econômicas

As variações de preços em maio comparadas a abril de 2024 foram:

  • Bens de capital (BK): +0,07%
  • Bens intermediários (BI): -0,20%
  • Bens de consumo (BC): +1,50%
    • Bens de consumo duráveis (BCD): +0,01%
    • Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND): +1,81%

Os bens de consumo tiveram a maior influência no índice geral, com um peso de 37,23%, contribuindo com 0,55 p.p. na variação de 0,45%.

Sobre o Índice de Preços ao Produtor (IPP)

O IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos, sinalizando tendências inflacionárias de curto prazo. É um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico, investigando cerca de 6 mil preços mensalmente em 2.100 empresas.

A próxima divulgação do IPP, referente a junho, será em 30 de julho.


Débora Souza

Débora Souza é jornalista especializada em tecnologia e inovação no setor de energia. No O Petróleo, ela oferece insights profundos e atualizações sobre as últimas tendências tecnológicas e avanços no campo energético.

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