quarta-feira, 19 fevereiro / 2025

Em 2024, o cenário financeiro se apresentou oportunidades únicas para quem deseja investir em fundos imobiliários (FII). Apesar da taxa SELIC ainda estar em níveis elevados, os fundos imobiliários, especialmente os de tijolo e papel, podem ser uma excelente opção de investimento, oferecendo não apenas valorização do patrimônio, mas também rendimento constante. 

O cenário atual dos fundos imobiliários

Em um momento de recuperação econômica, com a taxa SELIC de 10,25%, muitos investidores buscam alternativas para potencializar seus ganhos. Os fundos imobiliários, como os de tijolo e papel, são dois tipos de investimentos que podem se beneficiar dessa situação, mas cada um possui características distintas.

Fundos de papel: rentabilidade e segurança

Os fundos imobiliários de papel são aqueles que investem em ativos ligados ao setor imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Esses fundos tendem a pagar rendimentos mais elevados quando a taxa SELIC está alta, pois estão atrelados à rentabilidade de juros. Eles se destacam pela segurança de seus rendimentos, uma vez que são baseados em dívidas com bons desenvolvedores, garantindo fluxo constante de pagamento.

Atualmente, fundos como o KNCR11 , da Kinea, apresentam uma boa rentabilidade com segurança. Embora o MXRF11 seja um dos mais conhecidos, o KNCR11 oferece uma taxa de PVP mais atrativa e um rendimento de 12% ao ano, sendo uma boa escolha para quem busca segurança e consistência.

Fundos de tijolo: valorização do imóvel e crescimento do patrimônio

Os fundos imobiliários de tijolo são aqueles que investem diretamente em imóveis financeiros, como shopping centers, galpões logísticos e outros empreendimentos. A grande vantagem desse tipo de fundo é a valorização do patrimônio, que tende a ocorrer de forma mais previsível, devido ao aumento da demanda por imóveis e pela escassez de terrenos.

Com a SELIC mais alta, os fundos de tijolo enfrentam uma pressão inicial devido à alavancagem e ao custo do financiamento de imóveis. No entanto, à medida que a taxa de juros começa a cair, esses fundos podem beneficiar de uma valorização significativa, além de pagar dividendos maiores. Exemplos como o VISC11 e o RZTR11 demonstram esse potencial de valorização. O VISC11 , por exemplo, apresentou um crescimento constante de 12% em seu patrimônio, com um PVP de 0,97, indicando que o fundo está bem posicionado para ganhos a médio e longo prazo.

Diversificação e estratégia: como montar sua carteira

A chave para o sucesso em investimentos imobiliários é a diversificação. Para quem busca uma rentabilidade constante, a combinação de fundos de papel e fundos de tijolo pode ser uma estratégia vantajosa.

  • 25% em fundos de papel : São mais seguros, com rendimentos constantes e previsíveis. Fundos como o KNCR11 oferecem uma ótima relação de risco-retorno, com boas taxas de dividendos.
  • 75% em fundos de tijolo : A alocação em fundos de tijolo pode gerar uma valorização consistente do patrimônio, além dos dividendos corrigidos pelo IPCA. Fundos como VISC11 e RZTR11 são bons exemplos de como os fundos imobiliários podem se beneficiar de uma estratégia de longo prazo, aproveitando a valorização de imóveis e a atualização do valor dos ativos.

Os fundos imobiliários que valem a pena

Agora que entendemos as vantagens da diversificação, vamos explorar alguns fundos imobiliários que oferecem boas oportunidades para quem quer entrar no mercado neste momento:

KNCR11 (CRI cinéfilo)

Com um PVP de 1,01, o KNCR11 é um fundo de papel que oferece uma rentabilidade de 12% ao ano. Este fundo é excelente para quem busca segurança e rendimento constante, já que sua carteira é composta por ativos de boa qualidade, com bons desenvolvedores.

VISC11 (Centros Comerciais Viva)

Com um patrimônio bilionário e uma valorização de 12% nos últimos anos, o VISC11 é um exemplo clássico de fundo de tijolo. Ele investe em shopping centers de alto potencial e, apesar de já ter mostrado valorização, ainda tem espaço para crescer, especialmente com a recuperação do mercado imobiliário.

RZTR11 (Logística Rural)

O RZTR11 investe em propriedades no setor de agronegócio e logística, com um cap rate elevado. Embora tenha enfrentado uma queda recente devido a uma emissão de subscrição que não teve a arrecadação esperada, o fundo está descontado, e as perspectivas de valorização são promissoras, principalmente devido à sua estratégia de investir em terrenos no Brasil.

Como avaliar a rentabilidade de um FII

Quando investimos em fundos imobiliários, é importante entender que o rendimento não vem apenas da valorização da cota. O fluxo de caixa mensal proveniente dos dividendos é um dos principais atrativos. Para analisar um fundo, é preciso observar:

  1. Dividend Yield (DY) : A rentabilidade paga aos investidores.
  2. P/V (Preço sobre Valor Patrimonial) : O valor da cota em relação ao patrimônio do fundo.
  3. Taxa de administração e gestão : Fundos com taxas mais baixas tendem a ser mais vantajosos a longo prazo.
  4. Diversificação de ativos : A diversificação garante maior segurança, minimizando riscos.

Se você busca uma estratégia de longo prazo com estabilidade e segurança, os fundos imobiliários são uma excelente opção. Com a taxa SELIC ainda alta, os fundos de papel oferecem uma boa rentabilidade, enquanto os fundos de tijolo têm um potencial de valorização ainda maior à medida que a economia se recupera.

Investir em uma combinação de fundos imobiliários de papel e tijolo pode ser uma chave para maximizar seus ganhos e manter uma carteira equilibrada. Como sempre, lembre-se de que, antes de investir, é fundamental analisar cada fundo, sua composição, e os riscos envolvidos, garantindo que ele esteja direcionado aos seus objetivos financeiros.

Deixe o Seu Comentário

Quer saber tudo
o que está acontecendo?

Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.

ENTRAR NO GRUPO

Compartilhar.

André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.

O conteúdo do O PETRÓLEO é destinado exclusivamente à informação e educação sobre o mercado financeiro. Não oferecemos recomendações de investimento. As informações aqui apresentadas são provenientes de fontes públicas e não devem ser consideradas como base para decisões de compra ou venda de ativos. O investidor é o único responsável por suas escolhas