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Por que nenhuma grande empresa petrolífera está com pressa para perfurar as enormes reservas de petróleo do Paquistão

O Paquistão revelou a existência de gigantescas reservas de petróleo e gás em suas águas territoriais, uma descoberta que poderia alterar o curso de sua economia. No entanto, questões envolvendo a segurança e os custos elevados estão afastando as grandes empresas internacionais do setor de energia, deixando a China como a única parceira provável para a exploração futura.

Conforme reportado pela DawnNewsTV, uma pesquisa de três anos confirmou a presença dessas reservas, com potencial de substituir importações de gás e petróleo, segundo o ex-membro da Autoridade Reguladora de Petróleo e Gás (Ogra), Muhammad Arif. Contudo, ele alerta que o processo de exploração levará anos e exigirá investimentos na casa dos US$ 5 bilhões, podendo demorar até cinco anos para começar a extrair os recursos.

Desafios Econômicos e Dependência de Importações

O Paquistão depende fortemente da importação de energia para atender à sua demanda interna. Em 2023, o país importou 85% de seu petróleo e 29% do gás que consome, com uma fatura energética de US$ 17,5 bilhões, que deve dobrar até 2030. Mesmo diante dessa nova descoberta, a economia paquistanesa permanece em crise, marcada por uma inflação de quase 30% e uma dívida crescente.

Segurança Como Principal Impedimento

A exploração dos recursos do Paquistão é vista com cautela pelas empresas internacionais, em grande parte devido às preocupações com a segurança. Em várias regiões onde essas reservas estão localizadas, as empresas precisam investir consideravelmente para proteger seus trabalhadores e ativos, o que aumenta os custos e riscos do projeto. Em 2024, o Ministro do Petróleo, Musadik Malik, afirmou que nenhuma empresa estrangeira demonstrou interesse em participar das licitações para blocos de petróleo e gás no país.

China: A Esperança do Paquistão

Diante do recuo das grandes petrolíferas internacionais, a China surge como o parceiro mais provável para o desenvolvimento dessas reservas. Empresas chinesas estatais têm demonstrado maior apetite por risco e já operam em outros projetos de infraestrutura no Paquistão, apesar dos desafios de segurança, como o ataque a engenheiros chineses em 2024.

Embora o Paquistão precise de uma solução urgente para sua crise energética, sem o envolvimento de parceiros dispostos a investir pesadamente e enfrentar os riscos locais, as novas reservas podem permanecer inexploradas por anos. Enquanto isso, o contrabando de combustível do Irã para o país se intensifica, complicando ainda mais o cenário energético.

André Carvalho

André Carvalho é o fundador de O Petróleo e um jornalista com mais de 15 anos de experiência em economia e transporte. Formado pela UFRJ, André se destaca por análises profundas e acessíveis sobre o impacto das políticas econômicas e de mobilidade no dia a dia das pessoas.

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