quarta-feira, 19 fevereiro / 2025

O Banco Itaú lançou uma nova função que permite realizar Pix utilizando o limite do cartão de crédito. Essa novidade pode ser uma mão na roda em emergências, mas será que vale a pena? Para responder a essa pergunta, analisamos o funcionamento, as taxas cobradas e comparamos com serviços como Mercado Pago e Recarga Pay. Confira os detalhes a seguir.

Como funciona o pix com cartão de crédito?

A nova função está disponível diretamente no aplicativo do Itaú. Com ela, você pode transferir valores via Pix utilizando o limite do seu cartão de crédito. A operação funciona assim:

  1. O valor é transferido instantaneamente para a conta do destinatário.
  2. Você paga o valor transferido junto com a fatura do cartão na data de vencimento.
  3. É possível parcelar o valor em até 12 vezes (dependendo do limite disponível).

Atenção às taxas:

O Itaú aplica taxas que incluem:

  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): calculado sobre o valor total.
  • Juros: aplicados no parcelamento.
  • Taxa de Serviço: cobrada pela funcionalidade.

Simulação de taxas no Itaú

Fizemos uma simulação para um Pix de R$ 1.000:

  • Pagamento à vista: taxa total de R$ 891, ou seja, 89% sobre o valor enviado.
  • Parcelamento em 2 vezes: R$ 1.080,22 no total.
  • Parcelamento em 12 vezes: R$ 1.323, totalizando R$ 323 de taxas adicionais.

Esses valores mostram que a conveniência da função vem acompanhada de um custo significativo.

Comparando com Mercado Pago e Recarga Pay

Para garantir que você faça a melhor escolha, comparamos as taxas do Itaú com outras plataformas:

Mercado Pago

  • Taxa à vista: 6,49% (R$ 64,90 para R$ 1.000).
  • Parcelamento em 12 vezes: R$ 420 de taxas, totalizando R$ 1.420.

Recarga Pay

  • Taxa à vista: 3,99% (R$ 39,90 para R$ 1.000).
  • Parcelamento em 12 vezes: R$ 1.299,72 (taxas totais de R$ 299,72).

Vale a pena usar o pix com cartão de crédito?

Embora a funcionalidade ofereça conveniência em situações de emergência, as taxas são elevadas e podem pesar no orçamento. É importante considerar:

  1. Custo-benefício: taxas altas e ausência de benefícios como cashback ou pontuação no programa de recompensas do cartão.
  2. Alternativas mais baratas: o Recarga Pay apresentou as menores taxas, mas ainda assim, os custos podem ser evitados.
  3. Planejamento financeiro: usar o limite do cartão como extensão do salário é uma prática perigosa, especialmente considerando os juros aplicados.

Dica importante: evite endividamentos desnecessários

Antes de usar essa função, avalie outras opções:

  • Economize para emergências: monte uma reserva financeira para evitar depender do crédito.
  • Pesquise alternativas: verifique se há formas mais econômicas de transferir ou levantar dinheiro.

Lembre-se, taxas elevadas podem transformar um simples Pix em um peso financeiro considerável.

Embora o Pix com cartão de crédito ofereça comodidade, especialmente em situações emergenciais, as taxas cobradas pelo Itaú e outras plataformas tornam a funcionalidade pouco vantajosa para uso recorrente. Utilize apenas em casos extremos e sempre priorize alternativas que preservem sua saúde financeira.

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Fabiola Cunha é especialista em finanças e investimentos, com certificações pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) e MBA em Gestão de Investimentos pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com uma carreira de mais de 12 anos no mercado financeiro, ela se destaca por sua habilidade em planejar estratégias de investimentos pessoais e empresariais. No O Petróleo, Fabiola escreve sobre oportunidades de investimento, dicas de finanças pessoais e tendências do mercado de capitais.

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