Os preços do petróleo bruto mostraram sinais de estabilização na sexta-feira, 18 de outubro de 2024, após dados revelarem uma redução nos estoques de petróleo e combustível nos Estados Unidos. Apesar desse pequeno respiro, os mercados enfrentam uma perspectiva de queda significativa, apontando para a maior perda semanal em mais de um mês.
Os contratos futuros do petróleo Brent aumentaram 23 centavos, atingindo US$ 74,68 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu 29 centavos, alcançando US$ 70,96 por barril. Contudo, tanto o Brent quanto o WTI devem registrar uma queda de aproximadamente 6% nesta semana, a mais acentuada desde o início de setembro, conforme a OPEP e a Agência Internacional de Energia revisaram suas previsões de demanda global para 2024 e 2025.
A diminuição das apreensões em relação a um possível ataque retaliatório de Israel ao Irã, que poderia impactar as exportações de petróleo iranianas, também ajudou a mitigar as preocupações do mercado. Hani Abuagla, analista da XTB MENA, observou que “dados econômicos positivos dos EUA aliviaram algumas preocupações sobre o crescimento, embora o foco continue na recuperação da demanda na China após recentes estímulos”.
Além disso, as vendas no varejo nos EUA superaram as expectativas em setembro, reforçando a probabilidade de um corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve em novembro. A Energy Information Administration (EIA) reportou que os estoques de petróleo bruto, gasolina e destilados diminuíram na última semana, indicando um possível aquecimento na demanda.
Enquanto isso, a economia da China enfrenta um crescimento lento, embora os dados de consumo e produção industrial de setembro tenham superado previsões. O banco central da China introduziu novos esquemas de financiamento, injetando 800 bilhões de yuans (cerca de US$ 112 bilhões) no mercado, na tentativa de estimular a economia.
No entanto, a produção nas refinarias chinesas caiu pelo terceiro mês consecutivo, devido ao baixo consumo de combustível e margens de refino reduzidas. A inquietação no mercado persiste, especialmente com as crescentes tensões no Oriente Médio. O Hezbollah, por exemplo, anunciou que sua luta contra Israel entra em uma nova fase, seguindo o assassinato de Yahya Sinwar, líder do Hamas. Tamas Varga, analista da corretora PVM, destacou que “o assassinato do líder pode ser visto como uma oportunidade para recomeçar as negociações de paz, mas isso parece mais uma ilusão do que uma alternativa viável”.
As flutuações nos preços do petróleo são um reflexo direto das complexas interações entre os dados econômicos, a dinâmica de oferta e demanda e as tensões geopolíticas que permeiam o cenário global.
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