Petróleo atinge máxima de dois meses com perspectiva de demanda no verão e temores sobre oferta

Expectativas de aumento no consumo de gasolina e possíveis interrupções no fornecimento devido ao furacão Beryl impulsionam os preços do petróleo.

Os preços do petróleo dispararam para os maiores níveis em dois meses nesta terça-feira(02), impulsionados pelas expectativas de aumento na demanda durante a movimentada temporada de viagens de verão. Com a aproximação do feriado do Dia da Independência nos EUA, a American Automobile Association prevê um aumento de 5,2% nas viagens em relação ao ano anterior, com um crescimento de 4,8% nas viagens de carro.

Além da crescente demanda, o furacão Beryl, que atingiu o Caribe como uma tempestade de categoria 4, eleva as preocupações sobre possíveis interrupções na produção e refino offshore dos EUA. A tempestade tem potencial para impactar significativamente a oferta de petróleo, aumentando ainda mais os preços. Charalampos Pissouros, analista da XM, destacou que o furacão pode intensificar as preocupações sobre a oferta, especialmente se atingir o México.

REUTERS/Angus Mordant

Impacto geopolítico e econômico

Os preços do petróleo Brent subiram 70 centavos, ou 0,81%, para US$ 87,30 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA aumentou 68 centavos, ou 0,82%, para US$ 84,06. Ambos os índices de referência tiveram um ganho de cerca de 2% na sessão anterior. Além dos fatores climáticos, as tensões no Oriente Médio e sinais de queda na inflação dos EUA também contribuíram para a alta nos preços, alimentando esperanças de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve.

Mercado apertado e menores exportações

Claudio Galimberti, da Rystad Energy, mencionou que a combinação de menores exportações de petróleo bruto pela OPEP e pela Rússia e o aumento nas operações das refinarias durante o pico do verão resultaram em um mercado mais apertado do que o esperado, o que tem impulsionado os preços. No entanto, ele também apontou que o crescimento da demanda está sendo limitado por dados que mostram uma queda nas importações de petróleo bruto para a Ásia em comparação ao ano passado.

O aumento nos preços do petróleo reflete uma combinação de fatores que vão desde a alta demanda sazonal até os riscos geopolíticos e interrupções climáticas. Com a temporada de viagens em pleno andamento e a ameaça do furacão Beryl, o mercado de petróleo está preparado para enfrentar uma volatilidade significativa nas próximas semanas.


Débora Souza

Débora Souza é jornalista especializada em tecnologia e inovação no setor de energia. No O Petróleo, ela oferece insights profundos e atualizações sobre as últimas tendências tecnológicas e avanços no campo energético.

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