OPEP revê projeções e eleva expectativas de demanda por petróleo até 2050

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) revisou suas estimativas para a demanda de petróleo nos próximos anos, diminuindo um aumento notável até 2045 e estendendo sua especificação até 2050. O relatório “World Oil Outlook” aponta que a demanda global deverá alcançar 118 ,9 milhões de barris por dia (bpd) em 2045, um acréscimo de aproximadamente 2,9 milhões de bpd em relação às variações anteriores. Para 2050, a expectativa é que este número cresça para 120,1 milhões de bpd.

Essas revisões ocorreram em um contexto de recuperação econômica global, com redução das pressões inflacionárias e ajustes nas taxas de juros pelos bancos centrais. Especificamente, a demanda projetada para 2028 é de 111 milhões de bpd, com um incremento subsequente para 112,3 milhões de bpd em 2029, valores significativamente superiores às estimativas anteriores e às dificuldades da Agência Internacional de Energia (AIE), que estabilizam a demanda em 105,6 milhões de bpd para 2029.

Um fator crucial para esse aumento é o crescimento esperado no número de veículos em circulação, previsto para atingir 2,9 bilhões até 2050, com veículos de motor a combustão representando mais de 70% da frota global, apesar do avanço dos veículos elétricos. Este cenário sugere uma resistência maior do que o antecipado às metas de eletrificação de veículos.

Além disso, a OPEP projeta que sua participação no mercado de petróleo aumente de 49% em 2023 para 52% em 2050, um reflexo do pico esperado na produção de petróleo nos EUA em 2030 e a estabilização da produção fora do bloco OPEP+ na próxima década.

Durante o lançamento do relatório, Haitham Al Ghais, secretário-geral da OPEP, enfatizou que a demanda energética futura se concentrará significativamente nos países em desenvolvimento, impulsionada pelo crescimento populacional, expansão da classe média e urbanização acelerada.

Este aumento nas projeções ocorre em um momento em que a organização revisa suas expectativas anteriores, que previam um platô na demanda de petróleo para o final da década de 2030. Agora, com uma visão mais otimista do consumo de petróleo, a OPEP afirma que ” não há pico de demanda por petróleo no horizonte”, desafiando as expectativas de uma transição rápida para fontes de energia mais limpas.