segunda-feira, 17 fevereiro / 2025

Investidores do fundo imobiliário HC TR11 enfrentam um dilema em meio à desvalorização expressiva do ativo, que caiu mais de 50% em relação ao valor histórico médio de R$ 100 por cota. Para aqueles que entraram em momentos de alta, pagando valores entre R$ 120 e R$ 140, o prejuízo parece ainda mais severo. Mas antes de tomar qualquer decisão, é essencial compreender os fatores que levaram a esse cenário e avaliar se o fundo ainda pode fazer sentido em sua carteira.

Os desafios do HC TR11

O HC TR11 é um fundo considerado de alto risco, voltado para investidores que buscam maior rentabilidade, mas que também estão dispostos a lidar com oscilações severas. Entre os principais desafios enfrentados pelo fundo estão:

  1. Juros altos

Com a taxa Selic elevada, o mercado de fundos imobiliários como um todo sofre pressão. Juros altos tornam outras opções de investimento, como renda fixa, mais atrativas, reduzindo a demanda por fundos imobiliários e impactando negativamente seus preços.

  1. Problemas no portfólio

O HC TR11 tem como parte de seu portfólio o Circuito de Compras, também conhecido como Feirinha da Madrugada, localizado na região do Brás, em São Paulo. Além de sofrer com a queda no movimento devido à crise econômica, o empreendimento é alvo de uma CPI da Pirataria, o que aumenta a percepção de risco sobre o ativo.

  1. Inadimplência e gestão

Diversos emissores de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) do fundo enfrentam dificuldades para honrar suas dívidas. Isso reflete diretamente na distribuição de dividendos e na percepção do mercado sobre a qualidade do fundo.

Diversificação: a chave para minimizar riscos

Mesmo diante de uma desvalorização expressiva, alguns investidores optam por manter o HC TR11 em suas carteiras devido à diversificação. Alocar um pequeno percentual em fundos de alto risco pode ser estratégico para potencializar ganhos, desde que o restante do portfólio seja composto por ativos mais resilientes.

Por exemplo, investidores que distribuem seus recursos entre fundos físicos e CRIs, com exposições que variam de 5% a 7% por ativo, conseguem diluir os impactos de perdas pontuais. Nesse contexto, o HC TR11 pode ser visto como uma opção complementar para buscar maior rentabilidade em um cenário de Selic em queda no futuro.

Vale a pena vender agora?

A decisão de vender ou manter o HC TR11 depende de vários fatores, como:

  1. Estratégia pessoal de investimento

Se você tem uma carteira diversificada e pode tolerar riscos, pode ser interessante manter o fundo e aguardar a recuperação do mercado.

  1. Necessidade de liquidez

Se a venda não for urgente, evitar realizar o prejuízo pode ser uma estratégia mais vantajosa, principalmente se o cenário econômico indicar melhora nos próximos meses.

  1. Expectativa de mercado

Com a expectativa de que a taxa Selic comece a cair em breve, os fundos imobiliários podem experimentar uma valorização gradual. Esse movimento beneficiará investidores que decidirem manter suas posições.

Estude e planeje

O HC TR11 segue fiel aos seus fundamentos, mas é importante lembrar que ele é um fundo de alto risco. Antes de tomar qualquer decisão, analise o relatório de gestão, avalie o desempenho dos inquilinos e entenda as perspectivas futuras do mercado imobiliário. Uma análise criteriosa é essencial para evitar decisões baseadas em emoções ou opiniões de terceiros.

Com diversificação adequada e uma estratégia bem definida, o HC TR11 pode continuar sendo uma peça interessante para investidores que buscam maior rentabilidade a longo prazo, mesmo em um cenário de oscilações tão intensas.

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Suzana Santos é economista formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e especialista em Finanças e Gestão Pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 10 anos de experiência em análise de políticas econômicas e benefícios sociais, Suzana se destaca por sua habilidade em traduzir temas complexos em informações acessíveis e úteis para os leitores.No O Petróleo, Suzana contribui com artigos que abordam desde investimentos e planejamento financeiro até programas de benefícios sociais, sempre com foco na educação financeira e na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Sua visão estratégica e compromisso com a excelência informativa fazem dela uma peça essencial na equipe editorial.

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