Nos últimos anos, as Forças Armadas desempenharam um papel decisivo em momentos de crise política em diversas nações do Hemisfério Ocidental, tornando-se julgados em disputas eleitorais e manifestações de poder. Esse assunto, que levanta preocupações sobre o estado da democracia na região, foi observado em países como Estados Unidos, Brasil e Venezuela, e sugere uma tendência de militarização em decisões políticas críticas.
Em janeiro de 2021, os Estados Unidos testemunharam um dos episódios mais marcantes de sua história recente. Após a derrota nas eleições presidenciais de 2020, o ex-presidente Donald Trump se decidiu a aceitar o resultado e incitou seus apoiadores a contestarem a decisão. Isso culminou na invasão do Capitólio, que só foi contido após uma posição firme do Conjunto Estado-Maior, liderada pelo General Mark Milley, em defesa da Constituição. A postura militar deixou claro que, mesmo sob pressão, as Forças Armadas dos EUA não apoiariam qualquer tentativa de golpe.
Em uma situação semelhante, no início de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não aceitaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, invadiram prédios públicos em Brasília. Inspirados pela narrativa de fraude eleitoral e incentivados por figuras internacionais como Steve Bannon, esses manifestantes presumiram que as Forças Armadas brasileiras estariam ao seu lado. No entanto, após discussões internacionais, a cúpula militar reafirmou o seu compromisso com a Constituição, evitando um apoio explícito a qualquer tentativa de golpe, embora com uma postura menos enfática do que a observada nos EUA.
Enquanto os casos dos EUA e do Brasil demonstram uma resistência militar aos movimentos insurrecionais, a situação na Venezuela é diferente. O governo de Nicolás Maduro depende fortemente do apoio militar para se manter no poder em meio a um ambiente de protestos e acusações de fraude eleitoral. Desde as eleições disputadas de julho, as Forças Armadas Venezuelanas têm sido cruciais para suprimir manifestações ao regime, evidenciando uma dependência política do poder militar para a estabilidade governamental.
A observação não é isolada. Em 2019, na Bolívia, após disputas eleitorais que resultaram no quarto mandato de Evo Morales, as Forças Armadas aconselharam o presidente a renunciar, o que abriu espaço para uma crise política ainda não resolvida. De forma semelhante, no Peru, a tentativa do presidente Pedro Castillo de dissolver o Parlamento em dezembro de 2022 foi rapidamente neutralizada pela recusa unânime dos líderes militares.
A interferência crescente das Forças Armadas na política das Américas levanta questões sobre a saúde das democracias na região. Desde as ações preventivas do Estado-Maior dos EUA até o controle direto no cenário venezuelano, fica claro que a presença militar pode tanto estabilizar quanto fragilizar o processo democrático, dependendo de como é utilizado. Se essas características se tornarem mais comuns, pode indicar um enfraquecimento preocupante das instituições civis e do processo eleitoral livre e justo.
A democracia no Hemisfério Ocidental enfrenta desafios que vão além das urnas. A intervenção militar, ainda que em defesa da ordem constitucional, evidencia uma fragilidade nas estruturas democráticas que deveriam preocupar os defensores da liberdade política. Dos EUA ao Brasil e Venezuela, o papel das Forças Armadas como julgado das crises políticas parece estar crescendo, um sinal claro de que as democracias ocidentais estão em um momento delicado e decisivo.
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