O governo brasileiro pode respirar aliviado, pelo menos por enquanto. O acordo firmado entre Estados Unidos, Canadá e México para suspender por um mês a imposição de tarifas de importação trouxe um respiro à economia global. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que havia iniciado uma guerra comercial contra vários países, manteve o Brasil fora do radar de sanções diretas.
A decisão trouxe impacto imediato no mercado: o real se valorizou em 0,44%, fechando a R$ 5,82. Além disso, as taxas de juros apresentaram queda, refletindo um cenário de menor incerteza para os países emergentes.
Brasil fora da mira de sanções, mas segue em alerta
Segundo fontes da equipe econômica do governo brasileiro, a avaliação interna é de que o país permanecerá isento dessas tarifas por um período mais longo. O principal motivo? O Brasil tem um papel secundário no déficit comercial dos EUA, ao contrário do Canadá, que apresenta um déficit de US$ 55 bilhões com os americanos.
Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, respondendo por 12% das exportações brasileiras, com destaque para o petróleo e produtos do agronegócio. Em 2023, o Brasil exportou US$ 40,3 bilhões para os EUA e importou US$ 40,5 bilhões, gerando um déficit pequeno de US$ 253 milhões.
O fator China e os impactos no comércio brasileiro
Desde 2009, a China ocupa o posto de maior comprador do Brasil, desbancando os EUA. Isso significa que, apesar das tensões comerciais americanas, o Brasil diversificou suas relações comerciais, reduzindo a dependência dos Estados Unidos.
A guerra comercial entre China e EUA continua sendo um fator de risco, mas também pode representar oportunidades. Caso os EUA mantenham barreiras às importações chinesas, o Brasil pode suprir parte dessa demanda, especialmente nos setores de commodities.
O impacto nas empresas e nos mercados globais
A decisão de suspender tarifas também aliviou multinacionais que atuam no Brasil. Setores como tecnologia, automobilístico e moda, que dependem de importações de insumos e produtos acabados dos EUA, veem a medida como positiva para a previsibilidade dos negócios.
Por outro lado, a incerteza persiste. Empresas e investidores continuam atentos aos desdobramentos, especialmente porque a administração Trump pode retomar sanções caso considere necessário para fins políticos ou econômicos.
O que esperar nos próximos meses?
Ainda que a suspensão das tarifas tenha sido um alívio momentâneo, a instabilidade da política comercial dos EUA exige cautela. O Brasil segue monitorando os próximos passos do governo americano, especialmente porque futuras decisões podem impactar o real, os juros e o fluxo de exportação.
Enquanto isso, especialistas avaliam que o Brasil deve continuar fortalecendo sua estratégia comercial, ampliando parcerias com outros mercados e buscando maior autonomia econômica diante das oscilações globais.
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