Conforme a China, responsável por 16% do consumo global de petróleo, se aproxima de um ponto de inflexão na demanda por seus produtos refinados, o mundo está atento às consequências. Estima-se que a demanda chinesa por estes produtos possa alcançar o pico até 2027, um cenário que promete reequilibrar as dinâmicas globais do petróleo.
Em 2023, a China absorveu cerca de 16,5 milhões de barris por dia, solidificando sua posição como o segundo maior consumidor mundial de petróleo, a singularidade da China em um contexto global onde muitos países desenvolvidos já viram o pico de sua demanda.
“Enquanto a demanda em nações desenvolvidas estabiliza, a China e outros países em desenvolvimento continuam a moldar a demanda global. No caso chinês, estamos vendo uma desaceleração significativa que pode não precipitar uma queda global, mas certamente irá influenciar os preços e as políticas energéticas a médio e longo prazo”, explica Wu.
A Commodity Insights projeta que a demanda total por produtos refinados na China atinja 16,4 milhões de barris diários em 2027, com a demanda global projetada para alcançar seu ápice em 91,5 milhões de barris por dia em 2028. Os dados contrastam com a redução na demanda por petróleo bruto, que diminuiu no segundo trimestre de 2024, refletindo a moderação econômica e os efeitos residuais da pandemia.
Impactos mais amplos são observados nas refinarias independentes na província de Shandong, onde a utilização caiu para 52% em junho de 2024, o menor nível desde o início da pandemia. Este dado sinaliza uma mudança significativa no padrão de consumo e produção dentro do país.
Outro componente crucial é o gasóleo, que representa 22% da demanda de produtos refinados e mostra sinais de estabilização. “Os avanços tecnológicos e a adoção de veículos a gás natural estão entre os fatores que contribuem para este cenário”, observa um analista da Sinopec.
Além disso, o setor petroquímico na China permanece resiliente, com muitas refinarias reconfigurando operações para se adaptarem a uma demanda mais orientada para matérias-primas petroquímicas, como etano e GLP, o que pode prolongar o crescimento neste segmento até o final da década.
As importações de petróleo da China, embora reduzidas em 2024, ainda representam um volume significativo, indicando que o apetite por petróleos de média acidez continua robusto, refletindo a configuração das refinarias e a estratégia de longo prazo do país em se manter como um player influente no mercado energético global.
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