A moeda americana registrou sua 11ª queda consecutiva, fechando o pregão desta segunda-feira (3) cotada a R$ 5,80. O movimento de desvalorização ocorre em meio a fatores globais e locais, incluindo as expectativas sobre política monetária, tensões comerciais e fluxos de investimento.
Cenário Global e Impacto no Brasil
A queda do dólar está diretamente ligada às movimentações globais, com destaque para as recentes tensões comerciais entre os Estados Unidos e México. O governo americano anunciou a intenção de aplicar tarifas de 25% sobre produtos mexicanos, mas recuou após negociações, gerando alívio no mercado cambial.
No Brasil, a maior estabilidade política e o fluxo positivo de investimentos estrangeiros também contribuíram para a valorização do real. Segundo analistas, a percepção de um governo mais comprometido com o centro político e a responsabilidade fiscal tem impulsionado a confiança dos investidores.
O Papel da Política Monetária
A atuação do Banco Central também tem sido um fator relevante. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a autoridade monetária indicou que pode reduzir o ritmo de elevação da Selic caso a economia brasileira continue desacelerando. Isso ajudou a manter a atratividade do real frente ao dólar, incentivando fluxos de investimento para o Brasil.
Bolsa e Juros Reagem
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) teve um dia de volatilidade, fechando com queda de 0,31%. O movimento reflete a incerteza global, especialmente com as novas políticas tarifárias dos EUA, que podem impactar os mercados emergentes.
Por outro lado, o mercado de renda fixa continua reagindo positivamente. A taxa dos títulos do Tesouro Direto para 2029 caiu cerca de 100 pontos-base no último mês, refletindo uma menor percepção de risco fiscal e a expectativa de que os juros possam cair mais cedo do que o esperado.
Perspectivas para os Próximos Dias
Os investidores agora voltam atenção para a ata do Copom, que será divulgada nesta terça-feira (4), trazendo mais detalhes sobre os próximos passos da política monetária. Além disso, os dados do mercado de trabalho americano, previstos para sexta-feira (7), poderão influenciar a direção do dólar no curto prazo.
Com um câmbio mais estável e uma possível inflexão na política de juros, a economia brasileira pode se beneficiar da atual conjuntura. No entanto, analistas alertam que a volatilidade continua alta, especialmente com as incertezas no cenário político global.
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