Desmatamento na Amazônia ameaça a geração hidrelétrica no Brasil

O avanço do desmatamento na Amazônia está provocando um impacto direto sobre a geração de energia no Brasil, sobretudo nas usinas hidrelétricas, conforme mostra um estudo do Climate Policy Initiative (CPI) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A destruição da floresta, que desempenha papel crucial na regulação dos padrões de precipitação, reduz o volume de chuvas em várias regiões do país, comprometendo a capacidade das usinas de converter o fluxo dos rios em energia elétrica.

Segundo a pesquisa, o desmatamento na Amazônia não afeta apenas as usinas localizadas na própria floresta, mas também instalações hidrelétricas situadas a milhares de quilômetros de distância, como as que estão na Bacia do Paraná. O estudo aponta que a perda de vegetação provoca uma redução de 2,5% a 10% na capacidade de geração de energia, com uma consequente perda anual de até US$ 21 milhões para algumas usinas, como a Teles Pires, localizada entre Mato Grosso e Pará.

O impacto do desmatamento vai além da questão ambiental e ameaça diretamente a segurança energética do Brasil. A dependência do país em fontes hidrelétricas, que representam mais de 60% da geração de eletricidade, torna a crise hídrica uma preocupação não só ecológica, mas também econômica e social. A redução na produção das hidrelétricas pode resultar em um aumento da utilização de termelétricas, que são mais poluentes e mais caras, elevando o custo da energia para o consumidor e ampliando as emissões de gases de efeito estufa.

O estudo sugere que políticas de conservação e restauração da floresta são fundamentais para mitigar esses efeitos. As áreas florestais mais relevantes para a geração de energia foram mapeadas, e a implementação de políticas públicas direcionadas para a proteção dessas regiões pode ajudar a preservar a capacidade das usinas hidrelétricas e garantir a segurança energética do país.

Além disso, a pesquisa destaca a importância das terras indígenas e das florestas não designadas para a conservação dos recursos hídricos que abastecem as usinas. A proteção dessas áreas deve ser uma prioridade nas ações de combate ao desmatamento.

Esse estudo revela como a interdependência entre meio ambiente e energia exige uma abordagem integrada para a criação de políticas que alinhem conservação ambiental com a sustentabilidade econômica do Brasil.

Nathália Santos

Psicóloga com especialização em desenvolvimento de carreiras pela PUC-Rio, Nathália Santos escreve sobre oportunidades de emprego no setor automotivo, abordando temas como capacitação, tendências de mercado e estratégias de crescimento profissional.

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