A resposta é sim, desde que sejam observadas algumas condições específicas. A legislação trabalhista brasileira garante que, mesmo na ausência de registro formal, o trabalhador pode ter direitos assegurados, como férias, 13º salário, horas extras e FGTS.

A base para o reconhecimento desses direitos está na caracterização da relação de emprego. Segundo especialistas, para que uma pessoa seja considerada empregada, algumas condições devem ser atendidas:

  1. Subordinação: o trabalhador deve seguir ordens e responder a um superior.
  2. Habitualidade: o trabalho deve ser realizado com frequência e em horários definidos.
  3. Onerosidade: o trabalhador deve receber um pagamento fixo ou variável pelo serviço.
  4. Pessoalidade: o trabalho deve ser executado exclusivamente pelo empregado, sem possibilidade de substituição.

Se esses requisitos forem comprovados, mesmo sem registro em carteira, o trabalhador pode exigir na Justiça seus direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Direitos garantidos mesmo sem registro

Trabalhadores que se enquadram como empregados têm direito a:

  • Férias remuneradas com adicional de 1/3;
  • 13º salário proporcional;
  • Depósito do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço);
  • Aviso prévio em caso de demissão sem justa causa;
  • Seguro-desemprego, desde que atendidos os requisitos legais.

Fraude trabalhista e pejotização

Outra situação recorrente é a obrigatoriedade de abrir uma empresa, como MEI, para prestar serviços exclusivamente a uma única empresa. Esse tipo de prática é conhecido como “pejotização” e pode ser considerado fraude trabalhista. Se o vínculo empregatício for comprovado, o trabalhador pode requerer na Justiça seus direitos como empregado.

Como reivindicar seus direitos?

Caso você se encaixe nos critérios de relação de emprego e não tenha carteira assinada, o primeiro passo é reunir provas da sua situação, como:

  • Contratos informais;
  • Conversas por mensagens ou e-mails;
  • Comprovantes de pagamento.

Em seguida, procure um advogado trabalhista de confiança para orientar o processo judicial. A Justiça do Trabalho é o caminho para garantir seus direitos.

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Pamela Batista é assistente social e especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela Universidade de Brasília (UnB). Com mais de 10 anos de experiência no setor público, Pamela é referência em benefícios sociais e direitos do cidadão. Ela contribui para o O Petróleo com artigos detalhados e atualizações confiáveis sobre programas sociais, benefícios trabalhistas e políticas públicas, ajudando a informar trabalhadores e cidadãos sobre seus direitos.