A Crefisa venceu o leilão promovido pela Previdência Social e assumiu a gestão da folha de pagamento dos beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por um período de 90 dias. Com isso, aposentados, pensionistas e beneficiários do Benefício de Prestacão Continuada (BPC/LOAS) terão restrições na escolha da instituição financeira para contratação de empréstimos consignados, já que apenas a Crefisa estará autorizada a operar com suas folhas de pagamento durante esse período.
O leilão de folhas de pagamento é uma prática pouco conhecida entre os beneficiários. Nele, a instituição financeira que oferecer a maior proposta se torna a responsável pelo processamento dos pagamentos e, por consequência, pela oferta de produtos financeiros, como empréstimos e cartões de crédito. A medida gera preocupação entre aposentados e pensionistas, pois impede que, durante o período estipulado, possam buscar alternativas financeiras com melhores condições de juros e serviços.
A decisão de transferir a gestão da folha de pagamento ao banco vencedor do leilão é justificada pela Previdência Social como uma forma de evitar o assédio financeiro excessivo aos beneficiários, reduzindo a oferta agressiva de produtos financeiros e garantindo mais segurança nas transações. No entanto, críticos apontam que a medida, na verdade, restringe a liberdade dos beneficiários de escolher a instituição bancária com as melhores condições, o que acaba prejudicando suas finanças.
“É como se estivéssemos presos a um banco por um período de 90 dias, sem ter liberdade de buscar o empréstimo mais vantajoso,” disse João Alves, aposentado de 68 anos. Ele, como muitos outros beneficiários, expressa indignação com a falta de autonomia para escolher seu banco, em um período que considera crítico para quem depende de condições de empréstimo mais favoráveis.
A Crefisa, banco vencedor do leilão, tem um histórico polêmico com relação a empréstimos para aposentados e pensionistas, sendo muitas vezes alvo de reclamações por praticar taxas de juros elevadas. A falta de concorrência durante os 90 dias de vigência da exclusividade na gestão pode trazer mais desafios financeiros a esses cidadãos.
Por outro lado, a previsão de reajuste no salário mínimo em 2025 trouxe algum alívio. A última projeção indica um aumento de 7,3%, elevando o valor para R$ 1.506. Para os aposentados e pensionistas, a expectativa é de que o aumento possa, ao menos parcialmente, compensar os custos crescentes com produtos e serviços essenciais, que têm impactado diretamente o orçamento dessas famílias.
Apesar da melhoria no salário mínimo, o contexto geral ainda é preocupante. A combinação entre juros altos, restrição de escolha bancária e inflação crescente torna o cenário financeiro dos beneficiários cada vez mais desafiador.
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