Como a tensão entre Irã e Israel pode desestabilizar o mercado de petróleo

A instabilidade geopolítica mundial tem criado um cenário de incerteza nos mercados de petróleo, apesar da falta de reflexo nos preços, que se mantém em torno de US$ 75 por barril para o Brent. O cenário é marcado por tensão entre nações como Israel e Irã, com repercussões diretas na segurança do transporte marítimo e na produção de petróleo, especialmente no Estreito de Babel, palco de confrontos ocasionais nos últimos anos.

O analista Jeff Curry destaca que, mesmo com a ameaça latente de ataques a instalações petrolíferas, como ocorreu na Arábia Saudita, a volatilidade de preços ainda não atingiu picos significativos. A situação complica-se com a capacidade ociosa da OPEP, que chega a 5,6 milhões de barris por dia, mantendo uma espécie de estabilidade forçada no fornecida globalmente.

Por outro lado, questões de fontes provenientes do Irã, que respondem por cerca de 4% da produção mundial, levantam questões sobre possíveis interferências. Ataques a refinarias iranianas poderiam ter impactos severos no Iraque, dependendo do gás natural e dos combustíveis iranianos para operar suas usinas de energia e manter funcionando suas bombas de gasolina. Isso também afeta diretamente a OPEP, complicando a adesão do Iraque aos cortes de produção acordados.

A tensão é agravada pelas declarações recentes do ministro saudita, que alerta para um possível retorno aos preços de US$ 50 por barril caso membros da OPEP Plus desrespeitem os limites de produção. Essa advertência traz à memória a guerra de preços de 2014, sinalizando um potencial conflito comercial intenso entre grandes produtores, especialmente em face da competição crescente com a Rússia nos mercados da Ásia.

Essa complexa trama de interesses, riscos e estratégias geopolíticas ressalta a natureza imprevisível e o potencial explosivo do mercado de petróleo atual, onde cada movimento nas esferas política e militar pode desencadear flutuações nos preços e na dinâmica do mercado global.